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45% das cidades cearenses tem projeto de crédito, microcrédito e seguro, diz IBGE
Economia

45% das cidades cearenses tem projeto de crédito, microcrédito e seguro, diz IBGE

| ESTUDO | Menos da metade dos municípios cearenses têm projetos voltados ao crédito e afins, segundo o IBGE
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Oito em cada dez cidades cearenses dispõem de projetos de geração de trabalho e de renda. (Foto: © José Cruz/Agência Brasil/Arquivo)
Foto: © José Cruz/Agência Brasil/Arquivo Oito em cada dez cidades cearenses dispõem de projetos de geração de trabalho e de renda.

O Ceará conta com 83 dos 184 municípios com projetos de crédito, microcrédito e seguro, o equivalente a 45,10% do total. Destas cidades, 74 dispõem de ações para promover o acesso a programas de crédito e 53 desenvolvem ações por meio de bancos do povo ou organizações congêneres – de mesma categoria.

Os dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2023, divulgadas no dia 31 de outubro deste ano.

O economista e divulgador científico do IBGE, Helder Rocha, explicou que, muitas vezes, os municípios não têm estrutura ou corpo técnico necessário para criar projetos ou ter acesso ao crédito. Todavia, destacou que o Estado tem tido uma participação expressiva no incentivo à modalidade com o Banco do Nordeste.

Já a economista e diretora de economia popular e solidária da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Silvana Parente, acredita que as estatísticas podem não demonstrar, de fato, a realidade das cidades cearenses, tendo em vista a vasta atuação do programa Programa de Microcrédito Produtivo (Ceará Credi).

Silvana explica que, frequentemente, os municípios dão orientações sobre crédito, mas acabam não informando isso como um programa ou ação propriamente dita. “Tem apoio do Ceará Credi, que é do Governo do Estado, e do Banco do Nordeste, com o Crediamigo. Então, eles fazem parcerias e estimulam o acesso a informações.”

O economista Alex Araújo acrescenta que temas relacionados ao crédito possuem complexidade específica, pois refletem questões estruturais do Brasil como um todo, como a limitação de oferta e a concentração geográfica. “Ou seja, nesses casos, o esforço local possui impacto limitado”, segundo o especialista.

Além disso, o levantamento mostrou que oito em cada dez cidades cearenses dispõem de projetos de geração de trabalho e de renda, isto é, 156 dos 184 municípios (84,78%). Outros 167 possuem programas de inclusão produtiva nessa área, correspondendo a 90,76% do total. Na inclusão rural, 162 cidades têm projetos.

Algo que, na visão de Silvana, demonstra um cenário positivo no Estado. “Isso é muito bom, porque mostra que os municípios começam a se preocupar com a economia, que a economia gera trabalho. E não são apenas grandes indústrias, mas a economia local. Ativar a economia local é muito importante, principalmente olhando para os mais excluídos.”

“O mais importante é que eles (municípios) acordaram para isso e que ainda existe muito a fazer. Uma das áreas em que precisam atuar é a qualificação profissional e capacitação, bem como apoio à comercialização, que inclui feiras e compras governamentais. Isso ainda deixa a desejar, pois nem todos os municípios têm a estrutura necessária”, acrescenta.

No que tange à qualificação profissional e intermediação de mão de obra, 147 municípios cearenses têm projetos na área (79,89%). Enquanto 117 cidades – cerca de 63,58% do total – contam com programas de empreendimentos urbanos, como cooperativismo, economia solidária, fomento ao artesanato, entre outros.

Alex explica que investir em qualificação profissional traz benefícios importantes para o contexto local, principalmente ao preparar a mão de obra para as demandas atuais do mercado. “Com o avanço de setores como energias renováveis, a necessidade de ajustar o perfil dos trabalhadores se torna ainda mais relevante.”

“Essa qualificação ajuda a aumentar a competitividade econômica dos municípios, atraindo investimentos e impulsionando o crescimento local. Incluir o empreendedorismo neste contexto, amplia as oportunidades de geração de renda e fortalece o ecossistema de negócios, incentivando que os trabalhadores não só ocupem vagas, mas também criem novas”, disse Alex.

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