A inclusão de um ministério a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva empurrou o anúncio do pacote de corte de gastos para o meio da semana, disse ontem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo ele, a redução de gastos para as demais pastas foi definida no domingo, dia 10, em reunião de Lula com diversos ministros no Palácio da Alvorada.
"Dos ministérios que estavam na mesa durante a semana passada toda, nós concluímos os debates com eles. Os atos já estão sendo feitos e encaminhados para a Casa Civil. Vamos aguardar quarta-feira um posicionamento desse ministério que o presidente pediu para incluir no esforço fiscal", disse Haddad ao deixar o Ministério da Fazenda por volta das 19h20.
Ontem, Haddad reuniu-se a sós com o presidente Lula no Palácio do Planalto. O encontro, fora da agenda, acabou pouco antes das 18 horas. Hoje, o ministro da Fazenda se reunirá novamente com o presidente da República para definir a forma de encaminhamento das medidas ao Congresso e discutir como explicarão o pacote aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
"Amanhã [hoje] à tarde, nós temos uma reunião com o presidente [Lula] sobre o encaminhamento [do pacote] para o Congresso. Quarta, a gente recebe ou não o sinal verde dessa requisição do presidente [para incluir um ministério nos cortes]", acrescentou Haddad.
Na semana passada, o ministro tinha dito que o pacote consistiria de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e de um projeto de lei complementar.
Sem se comprometer com data de divulgação, Haddad disse que caberá ao presidente Lula decidir o calendário das medidas. Segundo ele, as discussões com os Ministérios do Trabalho, da Previdência Social, do Desenvolvimento Social, Saúde e Educação estão concluídas após a reunião do domingo. Embora Haddad tenha passado o fim de semana em São Paulo, o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, representou o ministro no encontro no Palácio da Alvorada.
Haddad afirmou que os dois detalhes que faltavam a ser definidos pelo presidente Lula foram concluídos. Em relação à postura de ministros e de setores do PT que criticaram o pacote, o ministro disse que as discussões fazem parte do debate democrático e negou que as propostas tenham sido desidratadas.
"Para ser bem honesto, o debate foi muito bem. Teve ajustes, teve aperfeiçoamentos incorporados, sim. Mas eu não chamaria de desidratação, pelo contrário. Acho que torna as medidas mais compreensíveis, mais palatáveis. Nós entendemos que o processo foi muito benéfico."
Reforçou ainda que a PEC tem chances de passar ainda este ano e ponderou a importância de melhorar a qualidade do gasto público. (Agência Brasil)
Dólar
Sem a definição sobre o corte de gastos, o dólar subiu pela terceira sessão seguida, fechando o dia de ontem em R$ 5,77, alta de R$ 0,032 ( 0,56%). Mas chegou a ser cotado a R$ 5,81 ao longo do dia