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Volume de água para o CE pela Transposição crescerá 11,6%
Economia

Volume de água para o CE pela Transposição crescerá 11,6%

| ATÉ 2027 | Estado recebeu 271 milhões de m³ do Rio São Francisco em 2024 e espera incremento com conclusão do Ramal do Salgado
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GENIVALDO Andrade de Oliveira ressaltou avanço em obras (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS GENIVALDO Andrade de Oliveira ressaltou avanço em obras

O volume de água transposto do Rio São Francisco para o Ceará fechará o ano de 2024 em torno de 271 milhões de metros cúbicos (m³), o equivalente à capacidade máxima do açude Taquara, em Cariré, 12º maior do Estado.

Esse volume deve ser incrementado em 11,6% até 2027, com a conclusão do Ramal do Salgado, que deve injetar mais 31,5 milhões de m³, no sistema hídrico cearense, ou cerca de 20m³/s.

A estimativa foi apresentada pelo coordenador de obras e fiscalização do Eixo Leste da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica, Genivaldo Andrade de Oliveira, no primeiro de dois dias de programação do Água Innovation.

O evento, que está em sua 7ª edição, e debate inovação no uso dos recursos hídricos voltados para o agronegócio, entre outras novidades do setor. A Pasta é vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

“O Ceará é um dos estados mais beneficiados com essa transposição. Em termos de volume, ele é o segundo estado mais beneficiado, no ano de 2024. O Ceará possui o Ramal do Apodi, que está com 60% de execução, e também o Ramal do Salgado, algo mais para o futuro. Estamos falando de uma obra que tem prazo de três anos, ou seja, estamos falando de fevereiro de 2027. Além disso, abastecemos o Ceará por intermédio da barragem de Jati, obra feita pelo governo do Estado com recursos do governo federal”, explicou Genivaldo.

A construção do Ramal do Salgado, com extensão de 36 km, deve reduzir em 150 km a distância das águas do São Francisco para a barragem do Castanhão. Em abril deste ano, foi assinada ordem de serviço no valor de R$ 434 milhões para a conclusão da obra, que ligará Cachoeira dos Índios, na Paraíba, à Lavras da Mangabeira, desaguando no Rio Salgado. Estima-se que 5 milhões de pessoas sejam beneficiadas com a estrutura de segurança hídrica. Ao todo, já foram investidos mais de R$ 12 bilhões nas obras da transposição das águas do São Francisco.

Apesar do volume já transposto e das estimativas feitas, entidades que representam o agronegócio alertam para a importância de evitar o desperdício dessa água que está chegando. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira. “Isso (a água transposta) precisa ser melhor aproveitado. Temos que usar essa água para encher nossos reservatórios, para que, no período de escassez, tenhamos água suficiente para produzir e garantir alimentos”, defendeu Silveira.

Por sua vez, o CEO da Sallto e idealizador do Água Innovation, Carlos Matos, sustentou a necessidade de também o setor empresarial aperfeiçoar seus respectivos sistemas de gestão hídrica. “As cadeias produtivas precisam dar respostas objetivas para a produção de recursos naturais, com menor impacto ambiental, gerando mais riqueza e preservação ambiental. Este é, hoje, o coração do agronegócio em 2024”, ressaltou.

Nesse sentido, o secretário-executivo do agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Silvio Carlos, “precisamos combinar não apenas o recurso hídrico, mas também o setor agrícola. Precisamos fazer essa conexão para que, com a mesma água, possamos produzir mais e cultivar culturas de alto valor agregado”.

Por fim, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Carlos Prado, afirmou que “um futuro em que a água, aliada à energia renovável, será um fator determinante para o nosso desenvolvimento”.

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Água Innovation também discutiu temas como a agricultura digital, a inteligência artificial, a gestão dos aquíferos e o uso dos bioinsumos no controle de pragas e doenças nas lavouras

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