A previsão para a produção de frutas frescas no Ceará em 2024 é mais de 21,5% maior do que o resultado obtido em 2023. Os dados fazem parte do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) realizado em outubro.
Conforme as informações do LSPA, a produção esperada de frutas frescas no Estado é de 1.892.026 toneladas. O montante supera as expectativas iniciais para a produção, que eram de algo em torno de 1,77 milhão de toneladas.
O montante é bem superior na comparação com a safra de frutas frescas obtida em 2023, que chegou a 1,55 milhão de toneladas.
O LSPA captou em outubro as perspectivas para a safra de 44 produtos, havendo variação na expectativa de produção de 21 desses produtos, sendo que em dez deles a perspectiva é mais positiva do que no mês anterior.
Para o secretário executivo do Agronegócio, da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), Silvio Carlos Lima, a boa quadra de chuvas deste ano foi o principal fator para que esse resultado positivo fosse possível.
Ele destaca que aliado à oferta de água, o produto cearense tem ganhado espaço por conta de sua boa qualidade a partir das melhorias tecnológicas implementadas nos processos produtivos, o que promove uma boa aceitação do mercado, inclusive internacional.
"Temos uma melhor condição hídrica que favorece a agricultura irrigada e acreditamos que teremos um aumento considerável, o que deve influenciar no valor bruto de produção. O mercado internacional está se abrindo muito para as frutas do Ceará", destaca.
Dentro dessa perspectiva, as frutas que são destaques nesta pauta produtiva são melão, tomate, maracujá e banana, por exemplo.
O economista Ricardo Coimbra destaca que as frutas produzidas no Ceará são de alto valor agregado e com bom mercado no mercado europeu, por exemplo.
"Com a melhora da situação dos reservatórios e a disponibilidade de água, é possível ampliar o uso para a irrigação e permitindo prolongar a safra", afirma.
Além do desempenho positivo da produção de frutas frescas, outras culturas agrícolas também têm apresentado resultados positivos e perspectivas de safra superando os números de 2023.
As produções de frutas secas, com avanço de 44%, de cereais e grãos (+12,88%), de tubérculos e raízes (+9%), além da horticultura (+5,2%) também mostram bons números.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, a expectativa para a safra cearense era positiva por conta do patamar de chuvas, potencializando os resultados.
"O importante é porque aumentamos o rendimento. Não se trata apenas de crescer em quantidade, mas de aumentar a renda e o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio e do estado do Ceará."
E completa: "Em anos que chove bem e há disponibilidade hídrica, as coisas funcionam melhor para o homem do campo".
Produção de ração animal é destaque no Ceará, com mais de 2,28 milhões de toneladas
Os dados sobre a previsão para a safra cearense destacam o avanço do setor de ração animal. Conforme os dados LSPA, a expectativa de produção para 2024 é de 2.286.577 toneladas.
Esse montante representa um aumento de 9,61% em relação à expectativa calculada no mês passado e de 37% em relação à perspectiva inicial de avanço do setor.
Para dar uma noção do avanço do setor, a previsão atual é de que a produção de 2024 supere em mais de 68% a safra obtida em 2023, que foi de 1.359.247 milhão de toneladas.
O secretário executivo do Agronegócio, Silvio Carlos Lima, destaca que esse movimento se refere ao grande avanço de setores da agroindústria que são fornecedores da pecuária cearense e brasileira.
"A gente tem a carcinicultura crescendo, colocando o estado do Ceará como referência no Brasil na produção de camarão. A avicultura também é um setor muito forte, tanto a parte de frango como a de ovos."
Silvio ainda acrescenta que outro setor de grande importância para o agronegócio cearense também influencia o resultado, que é a bovinocultura leiteira.
"O setor tem crescido todos os anos porque há uma cadeia forte na produção de leite", explica.
Brasil
O IBGE projeta que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve registrar uma queda de 6,9% totalizando 293,7 milhões de toneladas em 2024