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Taxas de juros sobem com frustração por adiamento de anúncio fiscal
Economia

Taxas de juros sobem com frustração por adiamento de anúncio fiscal

| Efeitos | Mercado esperava que as decisões fossem anunciadas junto com o relatório bimestral de avaliação de despesas e receitas
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MINISTRO afirmou que cortes serão divulgados até a próxima terça-feira (Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda/Divulgação)
Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda/Divulgação MINISTRO afirmou que cortes serão divulgados até a próxima terça-feira

Os juros subiram ontem, 22, refletindo a frustração do mercado com mais uma semana que termina sem anúncio das medidas de corte de gastos e também o desempenho fraco das moedas emergentes, embora o real esteja entre as que menos sofreram. Ontem, havia alguma expectativa de que o pacote pudesse sair ontem, junto com o relatório bimestral de avaliação de despesas e receitas, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já indicou que sairá até terça-feira.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 13,25%, de 13,18% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027, em 13,37%, de 13,32% ontem. A taxa do DI para janeiro de 2029 terminou em 13,17% (de 13,14%). Na semana, a curva perdeu inclinação, com as taxas curtas encerrando de lado e as demais, caíram, ante os níveis da última quinta-feira (14).

A redução nos níveis de inclinação se deu em função de correção técnica em algumas sessões desta semana, especialmente na ponta longa, com o mercado buscando se antecipar à divulgação das medidas, o que acabou não acontecendo.

O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, destaca que como ontem foi um dia fraco de notícias e de agenda econômica o mercado de juros segue sua tendência "natural". "Como não tem nada, as taxas sobem. O real está um pouquinho melhor, mas a semana foi ruim. E, ao mesmo tempo, temos um adiamento do pacote cheio de especulação, sobre o que vai entrar agora, o que não vai entrar. Então, o mercado fica nessas idas e vindas. Isso é muito ruim."

Economistas que se reuniram hoje no Rio com o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disseram que cerca de 80% do pacote já entrou nos preços de ativos e os 20% restantes podem causar algum impacto de curto prazo. Já se trabalha com o valor de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos apurado em matérias da imprensa, mas a grande preocupação é com a estrutura. Haverá decepção se o ajuste vier só de medidas como pente-fino em programas sociais e não, por exemplo, de alterações nas regras do salário mínimo.

Haddad disse que levará na manhã de segunda-feira, 25, a minuta do ajuste ao presidente Lula. A expectativa dele é que o pacote já possa ser anunciado entre segunda e terça-feira (26). (Agência Estado)

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