O Brasil registrou em novembro a maior prévia da inflação no acumulado do ano, puxado especialmente pelos alimentos. Por isso, a edição deste mês do Preço Comparado, cujo levantamento foi realizado no período de 4 a 12 de novembro, focou em itens que ficaram mais caros nos supermercados de Fortaleza.
Em parceria com o Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon Fortaleza), o projeto conta com uma lista de 100 produtos avaliados mensalmente em 36 supermercados da Capital.
Destes, O POVO selecionou 20 que mais encareceram no período. Importante ressaltar que, neste mês, os destaques serão apenas para 12 estabelecimentos e não 13, como normalmente era publicado. Isso porque o Carnaúba Supermercados, no Jangurussu, estava com a unidade fechada na ocasião da pesquisa do Procon.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), pesquisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve um aumento de 4,35% no Brasil e 4,45% em Fortaleza. No setor de alimentos o percentual foi de6,44% e 6,32%, respectivamente.
Nesse sentido, o destaque é para o quilo do abacate, que obteve uma variação do preço médio, na passagem de outubro para novembro, de 30,7%. O valor comercializado saiu de R$ 13,57 para R$ 17,73.
Em seguida, aparece o tomate (18,1%), o abacaxi (16%), a tangerina (14,7%) e a goiaba (11,7%).A presidente do Procon Fortaleza, Eneylândia Rabelo, alerta que, para os consumidores economizarem nos produtos, é interessante que as compras sejam realizadas em dias de promoções e ofertas.
"A gente sabe que grande parte dos supermercados hoje tem o dia de carne, tem o dia de fruta e legumes que estão mais baratos. Então, é importante que ele faça essas compras nesses dias. Além disso, hoje, pelos aplicativos, às vezes também dá desconto em determinados produtos."
Também orienta que não vá ao supermercado com fome, pois háuma tendência em adquirir mais itens, e nem com crianças, visto que elas podem pedir produtos não essenciais. Outra dica é fazer um comparativo de preços e aproveitar o período de alta estação de frutas e legumes, quando estão no preço mais em conta.
Outro recorte é o comportamento dos 20 produtos ao longo do ano. De janeiro para novembro, o abacate saiu de R$ 5,63 para R$ 17,73, o que significa um crescimento de 214% em relação ao começo do ano.
Além disso, o quilo da laranja pêra subiu cerca de 43,6% enquanto o litro do azeite aumentou 30,6%. A tangerina (25,1%) e carne bovina, no corte de coxão duro (21,9%) acompanharam a alta.
Outro recorte é o comportamento dos 20 produtos ao longo do ano. De janeiro para novembro, o abacate saiu de R$ 5,63 para R$ 17,73, o que significa um crescimento de 214% em relação ao começo do ano.
Além disso, o quilo da laranja pêra subiu cerca de 43,6% enquanto o litro do azeite aumentou 30,6%. A tangerina (25,1%) e carne bovina, no corte de coxão duro (21,9%) acompanharam a alta.
Por outro lado, a cenoura foi o produto que registrou a maior queda. No primeiro mês deste ano, o quilo estava sendo vendido por R$ 12,38 e caiu para R$ 4,19 neste mês. A cebola saiu de R$ 6,85 para R$ 3,30, ou seja, diminuiu quase pela metade o valor comercializado.
Para isso, a presidente do Procon explica que produtos como frutas e verduras sofrem uma variação constantes devido a diversos fatores como transporte, armazenamento ou clima.
"São produtos que têm essa grande diferenciação de preço devido a essa alta sazonalidade, impactadas pelas mudanças climáticas. Então, essa questão do clima, ela interfere muito a variação de preços desses produtos, de frutas e verduras. E aí, quando a gente observa os itens com grande variação de janeiro a novembro, percebe que estão relacionados a essa situação."
Especificamente em novembro, o destaque ocorreu no quilo da cebola pêra, com variação de 192,42% e preço médio de R$ 3,30. O Frangolândia Supermercados, da Varjota, registrou o menor valor, a R$ 1,98, enquanto o Guará Supermercado, na Praia de Iracema, o mais caro, a R$ 5,79.
Na mesma linha, duas frutas registraram uma grande diferença entre os supermercados: o abacaxi (100,6%) e o morango (100,1%). O primeiro estava sendo comercializado por R$ 4,98 no Cometa Supermercados, na Cidade dos Funcionários e, no Mercado Extra, no Bairro de Fátima, por R$ 9,99.
Já o segundo foi encontrado em um valor mais em conta no Mercado Extra e no Super Lagoa, do Centro, ambos por R$ 7,99. A quantia mais cara estava no Super Mercadinhos São Luiz, na Aldeota (R$ 15,99).
Em contrapartida, a ração para gato contou com a menor variação dentre os 20 produtos (19,09%). O valor mais em conta foi encontrado a R$ 21,99 no Supermercado Pinheiro, na Messejana, e o mais caro, a R$ 26,19 no Frangolândia da Varjota.
O tomate foi outro que contou com uma das menores diferenças entre os estabelecimentos (20,28%). O local mais barato era no Cometa Supermercados, na Cidade dos Funcionários, por R$ 4,98, enquanto outros seis estabelecimentos praticavam o maior preço: R$ 5,99.
A presidente do Procon Fortaleza, Eneylandia Rabelo, pontuou que o mercado tem liberdade para definir os preços, porém, não pode ser de forma abusiva, com uma justificativa para a alta dos preços.
"Tem que ver se eles não estão aumentando, dentro do mesmo supermercado, o valor específico daquele produto de forma abusiva [...] Mas claro que a decisão de compra vai partir do consumidor, que, verificando aquele valor, vai decidir, dentro do seu orçamento, se consegue ou não adquirir aquele produto ou se deixa para outro momento."
O Frangolândia Supermercados, da Varjota e o Supermercado Pinheiro, na Messejana, estão entre os estabelecimentos que contaram com os itens mais baratos do levantamento, sendo que o primeiro tem cinco na lista e o segundo quatro.
Todavia, o Guará Supermercado, na Praia de Iracema, e o Super Lagoa, no Centro, são os que possuem o maior número de itens mais caros. Dos 20 produtos, cada um conta com cinco em conta.
O Procon Fortaleza faz o acompanhamento mensal de 100 produtos essenciais, nas áreas de alimentação, carnes, aves, padaria, frutas, verduras, higiene pessoal, limpeza doméstica, cuidados, higiene infantil, alimentação infantil e produtos para animais de estimação.
A coleta de preços é realizada em 36 supermercados, distribuídos por todas as regionais de Fortaleza. Em relação à variação de preço nos locais, a maior diferença foi da cebola pêra, de 441,9%.