O parque de tancagem de combustíveis a ser construído no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), no limite entre São Gonçalo do Amarante e Caucaia, deve não só focar em produtos convencionais como gasolina e diesel, tal como ocorre hoje no Mucuripe, em Fortaleza, mas também incluir produtos como biocombustíveis e querosene de aviação.
A declaração foi dada pelo CEO da Dislub Equador, Sérgio Lins, durante coletiva de imprensa realizada ontem no Palácio da Abolição, com as presenças do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT); do presidente do Cipp, Hugo Figueiredo; do presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, entre outros representantes do poder público e da iniciativa privada.
Conforme apresentado na ocasião, as obras do novo parque de tancagem começam em janeiro de 2025 e devem se estender até agosto de 2027, com a geração de 500 empregos diretos na fase de construção e outros 100 empregos na fase de operação. O investimento total previsto é de R$ 430 milhões, dos quais 343 milhões serão financiados pelo BNB. A capacidade inicial de armazenamento estimada é de 130 mil m³, com projeção de expansão para 22 mil m³.
O governador Elmano de Freitas lembrou que a transferência da tancagem de combustíveis do Mucuripe para o Pecém é “um sonho do povo de Fortaleza” e destacou que vai garantir mais competitividade na distribuição de combustíveis no Estado. “Acreditamos que, com maior competitividade e concorrência, além da melhor capacidade e eficiência logística que este projeto proporcionará, o povo cearense também poderá pagar preços menores de combustível”, disse.
Por sua vez, o CEO da Dislub Equador, Sérgio Lins, destacou que “a ideia é operar no Porto do Pecém com gasolina, diesel, etanol, biocombustíveis e também querosene de aviação, além de permitir o recebimento de petróleo e outros granéis líquidos, caso haja demanda. O objetivo é que o Porto de Pecém tenha uma grande movimentação de produtos”. Atualmente, o grupo empresarial opera outros 13 parques de tancagem no Brasil, mas a projeção é a de que o do Pecém será o maior, quando concluído.
“Hoje, cerca de 50% dos produtos consumidos no Ceará não chegam por via marítima, mas por outros modais, principalmente o rodoviário. A partir do momento em que abrirmos nosso terminal no Pecém, o produto começará a ser recebido por navios de maiores escalas e volumes. Isso permitirá que o Estado do Ceará passe a ser atendido integralmente pelo Porto do Pecém. Além disso, o Porto do Pecém passará a atender estados vizinhos também”, acrescentou.
Para o presidente do Cipp, Hugo Figueiredo, “com a existência de uma tancagem regular no Porto do Pecém, teremos a possibilidade de fazer transbordo de navios de grande porte. Esse combustível pode não ser necessariamente consumido apenas no Ceará e seus arredores, mas também ser redistribuído, com a possibilidade de ter uma área de armazenamento provisória no navio”.
Por fim, o presidente do BNB, Paulo Câmara, afirmou que “já no mês de dezembro, teremos condições de desembolsar cerca de R$ 240 milhões dos R$ 343 milhões que estamos financiando, o que permitirá à empresa se planejar adequadamente para executar a obra dentro do prazo, e, se possível, até antecipar a data final de entrega”.
Fundo
Recursos contratados pelo projeto são do FNE e terão prazo de quitação de 240 meses, incluídos 48 meses de carência