O custo da cesta básica em Fortaleza ficou 6,88% mais caro em 2024, no valor de R$ 673,77, sendo necessário uma jornada de trabalho de 104 horas e 59 minutos para que o assalariado consiga arcar com as despesas dos produtos na Cidade.
Os dados foram elaborados e apresentados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na manhã desta quarta-feira, 8. As informações são referentes ao mês de dezembro do ano passado.
Todavia, o preço da cesta estava mais caro no primeiro semestre do último ano, no valor de R$ 697,33, do que no segundo, com queda de 3,38%. Em dezembro de 2023, no entanto, o custo dos produtos era ainda mais em conta, a R$ 630,38.
Uma família padrão, segundo o Dieese, composta por dois adultos e duas crianças, teria que gastar cerca de R$ 2.021,31 para arcar com os insumos da cesta básica. Já o salário mínimo necessário para uma família com quatro pessoas é de R$ 7.067,68.
Comparado ao custo do salário mínimo líquido vigente em dezembro de 2024, de R$ 1.412, o trabalhador fortalezense compromete mais da metade do valor, 51,59%, para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 4,24% em Fortaleza no ano passado, entre janeiro a novembro, ficando acima da variação da cesta básica de 6,88% na base de comparação anual.
No comparativo mensal, a inflação foi de 1,48%, influenciada pela alta no preço da maioria dos produtos da cesta, com destaque para o café (6,09%), a carne (5,69%) e o óleo (2,84%), que não conseguiu ser apaziguada pelas baixas do tomate (-5,97%) e do açúcar (-2,66%).
O café de 300 gramas (g) foi o produto que mais subiu de preços em 2024 na Capital, com alta de 54,07%, custando em dezembro R$ 15,16. O que mais caiu, por outro lado, foi o tomate de 12 quilogramas (kg), acumulando recuo de 28,08% e custando R$ 62,40.
Para comprar a carne, era necessário que o trabalhador gastasse 29h01min do seu tempo em dezembro; o pão, 19h20min; o tomate 14h28min; a banana, 9h34min; a manteiga, 8h31min; o leite, 6h12min; o feijão, 5h29min; o arroz, 3h58min; a farinha, 3h25min; o açúcar, 2h12min; o café, 1h38min; e o óleo, 1h14min.
Em dezembro, Fortaleza foi a capital com a cesta básica mais cara do Nordeste, com R$ 673,77. Entre as 17 capitais do Brasil pesquisadas, seis são nordestinas. O custo mais barato da região e do Brasil estava em Aracaju, com R$ 554,08.
Logo depois, o menor preço foi visto em Salvador (R$ 583,89), Recife (R$ 588,35), João Pessoa (R$ 606,91) e Natal (R$ 617,32). No Brasil, a cesta básica mais cara ficou em São Paulo (R$ 841,29), seguida por Florianópolis (R$ 809,46) e Porto Alegre (R$ 783,72).
A carne bovina de primeira, o leite integral, o arroz agulhinha, o café em pó, a banana e o óleo de soja aumentaram em todas as Capitais. Já a batata, o feijão, a farinha e o tomate contaram com mais diminuições de preços nos locais.
A tendência para o conjunto total de produtos da cesta básica foi de elevação de preços, uma consequência da instabilidade climática, da demanda externa e do real desvalorizado frente ao dólar, de acordo com o levantamento do Dieese.