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Com saldo de 56,2 mil novos empregos formais em 2024, CE foi o 9º que mais contratou no País
Economia

Com saldo de 56,2 mil novos empregos formais em 2024, CE foi o 9º que mais contratou no País

| Caged | Estado superou a marca de 600 mil trabalhadores admitidos em 12 meses. Com 1.409.565 de trabalhadores com carteira assinada, montante subiu mais que a média nacional, com setor de serviços e indústria puxando resultado
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SALDO de empregos formais gerados no Ceará foi positivo em 2024, com mais de 50 mil postos de trabalho com carteira assinada (Foto: Samuel Pimentel)
Foto: Samuel Pimentel SALDO de empregos formais gerados no Ceará foi positivo em 2024, com mais de 50 mil postos de trabalho com carteira assinada

O Ceará apresentou saldo positivo de 56.231 vagas de trabalho formal abertas em 2024. O resultado,
obtido após 614.833 admissões e 558.602 demissões, foi o nono melhor do País.

O número é ainda 7,8% maior que o saldo de 2023 e só fica atrás de 2021 e 2022, quando foram gerados 82,7 mil e 65,9 mil postos de trabalho, respectivamente. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregos (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Esta foi a primeira vez desde a mudança de metodologia do Caged, em 2020, em que o Estado superou a marca de 600 mil trabalhadores admitidos em um ano.

Em 2023, o saldo positivo de contratações no mercado de trabalho formal foi de 52.106, com 561.093 admissões e 508.937 demissões.

O desempenho do Ceará é o terceiro melhor saldo de vagas formais do Norte-Nordeste. As 56,2 mil vagas abertas em 2024 deixam o Estado somente atrás de Bahia (84,7 mil) e Pernambuco (62,2 mil).

No âmbito nacional, é o nono melhor saldo de vagas formais do Brasil. A liderança fica com São Paulo (459,3 mil), seguido de Rio de Janeiro (145,2 mil) e Minas Gerais (139,5 mil).

O nível do emprego formal no Ceará foi de 1.409.565 empregos com carteira assinada, o que representa uma ampliação de 4,15% em relação ao ano anterior, resultado superior ao nacional, que foi de 3,72%.

No fechamento do ano, em dezembro, o único ponto negativo do período de 12 meses, que foi o saldo negativo em 6,2 mil vagas. No entanto, o secretário do Trabalho, Vladyson Viana, destaca que o resultado apresentado em 2024 deve ser comemorado.

“Já era esperada a sazonalidade do mês de dezembro, que tradicionalmente apresenta saldo negativo, e, mesmo assim, apresentamos um crescimento superior ao de 2023. Além disso, o número de pessoas com carteira assinada no Ceará cresceu acima da média nacional. Vamos continuar trabalhando para ampliar a geração de empregos em 2025 e alcançar resultados ainda melhores.”

Entre os setores que mais influenciaram o resultado estão o de serviços, com 27.641 vagas formais, concentrado quase metade dos novos postos de trabalho abertos no Estado.

Depois vem a indústria, com 13.557 novos empregos, num avanço anual de 460%, e o comércio, com 11.870 vagas. Outro destaque foi o setor da agropecuária (2.064), com avanço de 142% na geração em relação a 2023. Já a construção civil fechou com queda de 83%, ao abrir 1.102 vagas.

No setor de serviços, destaca-se o crescimento dos postos de trabalho nos segmentos de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (11.247) e administração pública (9.718). Na indústria, nos segmentos de couros, produtos alimentícios e vestuários.

Para a diretora institucional da Federação Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), Cláudia Brilhante, o resultado "demonstra a capacidade do setor em gerar e abrigar empregos, sendo um dos principais motores do mercado de trabalho formal no Estado".

Ela destaca que as variações negativas dos serviços e comércio não diminuem a força dos setores, mas foi efeito da alta base de comparação. Para 2025, há temor de que a inflação e juros em alta afetem o consumo e a expansão dos negócios. "O cenário ainda é incerto", afirma.

Para Janaína Feijó, pesquisadora da área de Economia Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), o resultado - tanto nacional quanto estadual - está relacionado ao bom desempenho do primeiro semestre, com desaceleração nos últimos meses do ano.

A desaceleração da atividade econômica e o aumento dos juros representam um desafio para o mercado de trabalho em 2025. A previsão de que a Selic passe a retroceder na parte final deste ano, ameniza um pouco a situação, avalia.

"Quando a atividade econômica desacelera, a geração de empregos formais tende a ser impactada negativamente. A expectativa é que essa desaceleração continue no primeiro semestre de 2025", disse.

Já o gerente do Observatório da Indústria do Ceará, Guilherme Muchale, destaca que “todos os grandes setores da economia cearense apresentaram resultados positivos no emprego, tanto os serviços, a indústria, o comércio, quanto a agropecuária”.

"No caso do setor industrial, tivemos a criação de quase 15 mil empregos, uma variação extremamente positiva, impulsionada por todos os seus grandes segmentos, com destaque para o setor de água, esgoto e gestão de resíduos, que teve um crescimento relativo de 30,4%", detalhou Muchale.

"Destaco também o crescimento positivo e a geração de empregos nos setores de calçados e confecções. O setor de calçados já criou 3.752 empregos ao longo do ano, enquanto o setor de confecções gerou 1.771 vagas. E temos uma expectativa positiva para os resultados da economia cearense em 2025", projetou.

"Possivelmente, não teremos um crescimento tão expressivo quanto em 2024, quando a indústria teve um intenso crescimento do PIB, da produção física e também dos empregos, mas ainda assim, existe a tendência de um fluxo positivo na geração de empregos e também na geração de renda", concluiu Muchale. (Colaborou Adriano Queiroz)

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Rio de Janeiro (RJ), 25/05/2023 – O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho durante seminário Perspectivas para o Futuro do Trabalho na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 25/05/2023 – O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho durante seminário Perspectivas para o Futuro do Trabalho na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Ministro critica elevação dos juros e impacto na geração de empregos

O Brasil fechou o ano de 2024 com um saldo positivo de 1.693.673 empregos formais com carteira assinada. O número representa um crescimento no ano de 16,5% em relação ao período de janeiro e dezembro de 2023, quando o saldo ficou positivo em 1.454.124 empregos. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira (30), pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O saldo positivo de 2024 foi resultado de 25.567.548 contratações e 23.873.575 desligamentos. O estoque de vínculos celetistas ativos contabilizou 47.210.948 vínculos em dezembro, uma variação de 3,7% em relação ao estoque do ano anterior, quando foram contabilizados 45.517.275 vínculos. No acumulado de dois anos, 2023 e2024,o saldo de empregos no país foi positivo em 3.147.797empregos.

Todos os cinco grandes grupamentos da economia tiveram saldo positivo em 2024. O setor de Serviços foi o que mais empregou em 2024,com 929.002 empregos gerados. Na sequência vem o comércio, com 336.110 novas vagas; a indústria foram 306.889; na construção civil o saldo foi de 110.921 empregos; e, na agropecuária, foram gerados 10.808 empregos.

Ontem, ao comentar os números de empregos no País, o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, criticou a elevação da taxa de juros (Selic). 

No entendimento do ministro, o Banco Central peca ao promover o controle da inflação apenas com o aumento da Selic, restringindo crédito e a ampliação da atividade econômica.

"É evidente que o número (da geração de empregos) pode estar influenciado pelos juros. Vamos ter de observar como o emprego vai se comportar no primeiro trimestre", disse o ministro durante a coletiva de imprensa para apresentação do resultado do Caged.

O ministro destaca que o impacto da Selic não é só no curto e médio prazo, mas tem potencial de adiar investimentos no Brasil, o que pode gerar efeitos no longo prazo. Ele citou uma reunião com empresários do setor de construção civil, que alertaram que a continuidade do patamar de juros pode prejudicar decisões de investimentos a partir de 2026.

"Tem questões que precisam ser observadas durante o ano de 2025, projetando 2026, 2027, enfim. Mas tem questões importantes contratadas, como a construção civil, pois 2025 já está contratada. No entanto, se mantiver essa política de juros, já abre uma preocupação que acho que a direção do Banco Central deve ter essa responsabilidade, que eu continuarei chamando a atenção", disse.

Para o ministro, há espaço para crescimento de salários, ao passo em que considera a média salarial baixa, "apesar de empresários dizerem que é muito alto". "Portanto há espaço para continuar crescendo, sem criar impacto inflacionário."

E completou: "Combate à inflação não deve ocorrer somente com aumento de juros, se dá também pela produção. É estimular a produzir mais e controlar a inflação por esse aspecto."

 

FORTALEZA-CE, BRASIL, 12-03-2024: Feirinha da Beira Mar. Economia Comércio na Beira Mar, Prefeitura divulgou que comércio na Beira Mar gera R$ 4 milhões por dia. (Foto: Aurelio Alves/O Povo)
FORTALEZA-CE, BRASIL, 12-03-2024: Feirinha da Beira Mar. Economia Comércio na Beira Mar, Prefeitura divulgou que comércio na Beira Mar gera R$ 4 milhões por dia. (Foto: Aurelio Alves/O Povo)

Fortaleza gera mais empregos formais do que 12 estados brasileiros

Das mais de 56,2 mil novas vagas geradas no Ceará em 2024, 50,67% teve como origem o município de Fortaleza. Sozinha, a Capital abriu 28.496 vagas com carteira assinada no ano passado.

Analisado o desempenho dos municípios cearenses no acumulado para 2024, aqueles com a maior geração de empregos formais foram Fortaleza, Juazeiro do Norte (3.608), Sobral (3.105), Maracanaú (2.559) e Horizonte (2.285).

Isolado, o resultado da Capital é superior ao de 12 unidades da Federação: Paraíba (27.614); Mato Grosso(25.758); Alagoas(20.363); Maranhão(16.327); Sergipe(15.729); Piauí(13.384); Mato Grosso do Sul(12.412); Rondônia(9.144); Tocantins(8.777); Amapá(8.693); Roraima(6.206); e Acre(6.519).

Em 2024, dentre as capitais do Brasil, Fortaleza alcançou o sétimo lugar no saldo de empregos gerados (28.496), ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Manaus, Curitiba e Salvador.

Restringindo o recorte para as capitais nordestinas, Fortaleza fica em segundo lugar no saldo de empregos (28.496) e primeiro lugar em admissões (344.030) e no estoque de empregos (754.165) do Nordeste.

Ainda segundo os dados do Caged, o setor de serviços foi o que mais abriu vagas na Capital, com 15.468, seguido da indústria (5.784), do comércio (4.556) e construção civil (2.649).

 

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