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90% das obras públicas de Fortaleza foram paralisadas no fim de 2024
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90% das obras públicas de Fortaleza foram paralisadas no fim de 2024

Prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), criticou gestão passada e afirmou que trabalhos estão sendo retomados "paulatinamente"
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Prefeito Evandro Leitão (PT) na abertura das atividades na Câmara Municipal de Fortaleza. Ao fundo, galerias ocupadas por servidores em protesto (Foto: Mateus Dantas/CMFor)
Foto: Mateus Dantas/CMFor Prefeito Evandro Leitão (PT) na abertura das atividades na Câmara Municipal de Fortaleza. Ao fundo, galerias ocupadas por servidores em protesto

Com a mudança da gestão municipal entre 2024 e 2025, 90% das obras públicas de Fortaleza foram paralisadas ainda no fim do ano passado. A afirmação foi feita pelo prefeito da Capital, Evandro Leitão (PT), durante a abertura dos trabalhos da Câmara Municipal.

O momento marcava a entrega das primeiras mensagens governamentais do Executivo aos vereadores. Evandro enfatizou que o endividamento deixado pela gestão anterior, do ex-prefeito José Sarto (PDT), supera os R$ 4,6 bilhões para os próximos quatro anos.

Do montante destacado pelo prefeito, cerca de R$ 2 bilhões teriam vencimento neste ano de 2025, entre operações de crédito e dívidas com fornecedores.

Sobre os projetos com recursos da Prefeitura, Leitão prometeu a retomada dos trabalhos, mas não especificou prazo para que isso ocorra.

"Quanto às obras públicas, encontramos 90% delas paralisadas. Estamos retomando essas obras paulatinamente, garantindo que os projetos em andamento sigam seu curso e sejam entregues à população", disse.

Dos empreendimentos de maior relevância, apenas a de requalificação da Avenida Heráclito Graça, na Aldeota, não teria sido paralisada na virada do ano.

Ainda assim, o chefe do Executivo municipal fez coro às afirmações do secretário de Infraestrutura de Fortaleza (Seinf), André Daher, que, em janeiro, afirmou à Rádio O POVO CBN, que as intervenções realizadas no trecho não iriam resolver totalmente os alagamentos naquela região.

"Uma das poucas (obras) que não estava parada era a da Heráclito Graça, que, por sinal, não vai resolver o problema daquela área, segundo o que alguns estudiosos já me disseram”.

Em 30 de dezembro, O POVO publicou que quatro grandes obras tocadas pela gestão municipal com previsão de entrega para o fim de 2024 haviam atrasado e ficariam para a próxima gestão.

Além da Heráclito Graça, reformas e requalificações no Poço da Draga, na Praia de Iracema, nos parques Passaré e Riacho Maceió, ficaram para 2025.

Na época, a Seinf informou que os motivos para os atrasos eram diversos, mas citou "atravessamentos com sistemas de outros órgãos, aumento da demanda inicialmente prevista, chuvas, entre outras questões" e ainda disse que os projetos seriam entregues nos meses iniciais de 2025, mesmo sem controle da futura gestão.

Segundo O POVO apurou, 24% das entregas prometidas para o fim de 2024 não foram efetivadas. Eram 29 projetos previstos.

O prefeito fez a promessa de retomada de obras em meio ao discurso de contenção nas contas públicas do Município, de que o rombo será superado "com articulação política, planejamento e diálogo" com a Câmara Municipal.

Para fechar as contas, a gestão municipal deve promover o "enxugamento da máquina pública" através da redução de cargos comissionados e cortes no tamanho da máquina e que o foco principal neste momento são os cerca de 16 mil servidores terceirizados.

Questionado sobre o plano de contenção de gastos que anunciou em 15 de janeiro, que prevê economia de até R$ 500 milhões a partir do corte de 20% no salário do prefeito, da vice e de secretários, Evandro confirmou que ele pode se estender até o fim do ano e não mais até o fim deste semestre.

Outras ações foram estabelecidas, como suspensão de contratos e licitações não essenciais e corte de gastos com comissionados no Executivo, além do corte de 25% com pessoal contratado por cooperativas e de 25% nos pagamentos às Organizações Sociais (OSs).

Ainda segundo Evandro, o debate sobre o reajuste geral dos servidores municipais deve ser aprofundado até a chegada a um acordo. "Vamos dialogar com todas as categorias para chegarmos a um entendimento justo e equilibrado". (Colaborou Vitor Magalhães)

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