O Ceará ultrapassou a marca dos R$ 5,5 bilhões em investimentos na geração própria solar realizada em telhados ou pequenos terrenos de 2012 para cá. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Ao todo, são 103 mil conexões do tipo, que beneficiam pouco mais de 132 mil unidades consumidoras no Estado.
O cálculo da entidade aponta ainda que no período foram gerados cerca de 35 mil empregos e arrecadados cerca de R$ 1,7 bilhão aos cofres públicos. A potência instalada nessas conexões é de 1,1 GW (gigawatts).
Apesar dos números expressivos, a entidade recomenda que sejam criados e ampliados programas de incentivos locais para a expansão da energia solar, incluindo a tecnologia de geração de energia solar fotovoltaica em prédios públicos, casas populares e em iniciativas de universalização de acesso à eletricidade.
Para o coordenador estadual da Absolar no Ceará, Jonas Becker, o crescimento futuro da energia solar no Ceará depende de medidas estruturantes. “Entre elas, estão, por exemplo, a modernização das redes de transmissão e distribuição e a aprovação do Projeto de Lei nº 624/2023, que institui o Programa Renda Básica Energética (Rebe)”, exemplifica.
“Assim, o Estado pode elevar o seu modelo de transição energética, com melhores condições para dobrar o patamar atual da geração solar, superando 2 GW instalados e R$ 10 bilhões de investimentos”, acrescenta.
Nesse sentido, o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, destaca que o projeto “é fundamental para a geração distribuída solar, pois resolve estruturalmente, via lei, o problema das negativas de conexão, feitas pelas distribuidoras sob alegação de inversão de fluxo de potência.
“Essas negativas estão impedindo milhares de consumidores brasileiros, entre residências, pequenos negócios, produtores rurais e gestores públicos, de exercer o seu direito de gerar a própria energia limpa e renovável, para reduzir sua conta de luz”, prossegue Sauaia.
O executivo acrescenta que, em caso de aprovação, as distribuidoras “ficarão proibidas de impedir os consumidores de conectar sua microgeração distribuída. Se for necessário algum reforço na infraestrutura elétrica para receber esta microgeração, a distribuidora ficará responsável por fazer este investimento”.