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Dólar emenda 11ª queda e cai para R$ 5,81
Economia

Dólar emenda 11ª queda e cai para R$ 5,81

| Câmbio | Moeda norte-americana recuou 0,35%. A cotação iniciou o dia em alta, mas inverteu o movimento com o adiamento de tarifa dos EUA ao México
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LEILÃO do BC aliviou no Brasil tendência de desvalorização de outras moedas (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA LEILÃO do BC aliviou no Brasil tendência de desvalorização de outras moedas

Após ter recuado 5,56% em janeiro, o dólar abriu fevereiro em baixa moderada e esboçou, ao longo da tarde, romper o piso de R$ 5,81 nas mínimas da sessão.

Uma vez mais, as negociações no mercado de câmbio foram guiadas pelo vaivém do noticiário em torno das tarifas de importação da nova administração Donald Trump a parceiros comerciais dos EUA.

Pela manhã, o dólar ensaiou uma alta firme por aqui e correu até a máxima de R$ 5,9053, em sintonia com o avanço da moeda americana no exterior, em especial em relação a divisas latino-americanas, após o governo dos EUA confirmar no fim de semana imposição de tarifas ao México (25%), Canadá (25%) e China (10%), com vigor a partir desta terça, dia 4.

No início da tarde, porém, o real ganhou força e passou a se apreciar, alinhado ao comportamento do peso mexicano, diante da informação de que a imposição de tarifas ao México seria suspensa por um mês. O adiamento foi anunciado em um primeiro momento pela presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, em mensagem pela rede social X (ex-Twitter), e confirmado logo em seguida pelo próprio Trump.

Com mínima a R$ 5,8125, o dólar à vista terminou a sessão em queda de 0,35%, a R$ 5,8160 - ainda nos menores valores desde fins de novembro. Foi o 11º primeiro pregão consecutivo de baixa da moeda americana, que passa a apresentar desvalorização de 5,89% em 2025.

"Vimos um comportamento bem volátil no mercado de câmbio hoje (ontem). No começo do dia, teve um movimento de aversão ao risco por conta da imposição de tarifas pelos EUA. Mas o real continua se beneficiando de ingresso de fluxo por conta da nossa taxa de juros elevada e se destacou entre os emergentes", afirma a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli.

O dólar subiu na comparação com a maioria das divisas de países emergentes e de exportadores de commodities, incluindo o dólar canadense, mas caiu em relação a moedas latino-americanas, com baixa superior a 1% frente ao peso mexicano e ao peso colombiano.

A percepção entre analistas é que Trump utiliza a ameaça de imposição de tarifas como arma de negociação para conseguir condições comerciais mais vantajosas aos EUA. Após abrir conversa com o México, Trump ameaçou elevar tarifas "substancialmente" a produtos chineses se Pequim não fechar acordo com Washington ou interromper o fluxo de fentanil aos EUA. O republicano disse que espera ter uma conversa com os chineses nas próximas 24 horas.

Há temores de que a política econômica de Trump provoque soluços inflacionários e limite o espaço para mais alívio monetário nos EUA. Dirigentes do Federal Reserve ecoaram ontem a fala do presidente da instituição, Jerome Powell, em entrevista na quarta-feira passada, 29, após o BC americano interromper o processo de queda de juros, mantendo a taxa básica na faixa entre 4,25% e 4,50%. (Agência Estado)

 

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