A manutenção da rota aérea entre Juazeiro do Norte e Fortaleza, operada pela Azul, vai depender de opções mais lucrativas para a empresa, conforme apuração do jornalista Luciano Cesário, âncora da rádio O POVO CBN Cariri.
Ontem, Eduardo Bismarck, titular da Secretaria do Turismo do Ceará (Setur-CE) esteve reunido com executivos da empresa em São Paulo.
“Foi uma reunião produtiva. Estamos estreitando os entendimentos e buscando o aumento de rotas aéreas para todos os aeroportos do Ceará, conforme orientação do governador Elmano. A reunião representou mais uma oportunidade nesse processo”, explicou.
Na última sexta-feira, 31 de janeiro, em entrevista à emissora, o titular da Setur-CE já havia adiantado algumas das opções que o Estado levaria à Azul para manter o voo Juazeiro do Norte-Fortaleza.
As principais seriam oferecer faixas de isenção do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em relação ao querosene de aviação (QAV); conceder uma subvenção direta à empresa; além da possibilidade de desenvolver uma parceria com a Azul Viagens, operadora de turismo da companhia.
Já o secretário da Fazenda, Fabrízio Gomes, ressaltou que "existem duas formas de incentivo. Uma delas é por meio de um convênio nacional, no qual as empresas recebem incentivos de acordo com a quantidade de voos operados. A outra é a subvenção econômica, que é outro tipo de incentivo concedido a algumas empresas".
A alternativa de uma eventual parceria, por outro lado, estaria mais alinhada com a visão da própria companhia que tem expressado, segundo a apuração, a preocupação em ter opções de rotas mais lucrativas e integradas, considerando uma baixa disponibilidade de aeronaves.
“O problema não é necessariamente o voo, mas, sim, o avião. Ele tem que dar lucro no conjunto da média da rota que faz em um dia inteiro. Se ele voa Fortaleza-Juazeiro e faz depois Petrolina-Salvador-Recife, tem de dar lucro ao fim do dia”, explicou o secretário Eduardo Bismarck, mais cedo ao jornalista.
“Se não dá lucro ou está dando pouco, em um cenário de falta de aeronaves, eles deslocam para outra região que dê mais lucro. O que ouvi de mais de um representante da companhia é que o momento requer avaliar onde estão as rotas que dão muito lucro”, acrescentou ele.
“Especificamente, sobre a Azul, o que o governador demandou com eles de uma maneira geral, é que queremos uma ampliação das rotas deles no Ceará, mas que fazemos questão de Juazeiro do Norte”, disse o secretário.
“Só colocar dinheiro, não trará o voo de volta. A gente precisa trazer aviões para nossos aeroportos”, concluiu Bismarck.
Crise
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Malha
Treze cidades ficarão sem coberturas pela Azul a partir do dia 10 de março: quatro no Ceará, duas no Rio, duas no Piauí, duas em Santa Catarina, uma em Goiás, uma no Maranhão e outra no Rio Grande do Norte