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Custo da energia renovável deve cair para US$ 25/MWh no Brasil em 2025
Economia

Custo da energia renovável deve cair para US$ 25/MWh no Brasil em 2025

| PROJETA FIEC | Diminuição deve-se aos avanços tecnológicos nos segmentos eólico e solar, e é importante para avanço do hidrogênio verde, segundo Ricardo Cavalcante
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RICARDO Cavalcante destaca vantagens competitivas do Nordeste para produção de hidrogênio verde (Foto: João Filho Tavares/O POVO)
Foto: João Filho Tavares/O POVO RICARDO Cavalcante destaca vantagens competitivas do Nordeste para produção de hidrogênio verde

O custo da energia renovável brasileira deve cair de US$ 32/megawatt-hora (MHh), aproximadamente, para US$ 25/MWh em 2025. A redução é um ponto importante na discussão sobre a viabilidade e o potencial de produção do hidrogênio verde (H2V), segundo o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante.

A diminuição deve-se aos avanços tecnológicos nos segmentos eólico e solar, a exemplo da maior absorção dos painéis solares, pois a tecnologia das placas está se tornando mais eficiente. E o Brasil, especialmente o Nordeste, é um dos poucos lugares do mundo com um custo de energia tão baixo, tornando os investimentos atrativos.

Na Alemanha, por exemplo, os custos de produção da energia eólica estavam em € 49/MWh (o equivalente a US$ 50/MWh), enquanto os da solar ficaram em € 58,2/MWh (US$ 60,42/MWh), em 2023. De forma geral, os valores têm diminuído com o avanço dos setores, já ficando abaixo de termelétricas fósseis tanto no Brasil quanto no mundo, na busca pela descarbonização.

“A redução tem acontecido há 10 anos. Ela não é uma redução que está acontecendo agora. É a produtividade dos equipamentos. (...) É essa inovação tecnológica que tem aumentado, porque o sol e o vento são os mesmos, não mudaram”, segundo Ricardo. “Diante de toda essa energia que existe no planeta hoje, há um crescimento muito grande para essa área verde.”

O alto custo da energia na Europa torna, assim, a produção de hidrogênio verde inviável em grande parte dos locais, o que torna a região Nordeste ainda mais competitiva ao nível global. A Alemanha precisaria gastar US$ 116 para produzir uma molécula de hidrogênio, enquanto o custo do Brasil é o menor do mundo e deve continuar sendo, conforme Ricardo.

O Ceará tem, ainda, uma vantagem competitiva devido à complementaridade entre energia solar e eólica, o que garante um fornecimento de energia constante. Durante o dia, a energia solar atinge o pico de produção com o Sol abundante, enquanto à noite a energia eólica é mais produtiva, pois os ventos não param. Hoje há sobra de energia.

As informações foram repassadas em um almoço da Associação dos Jovens Empresários de Fortaleza (AJE Fortaleza) ontem na sede da Fiec, em Fortaleza. O momento contou com apresentação sobre o cenário da energia renovável e do hidrogênio verde para os associados ao grupo, bem como sobre oportunidades de negócios e transformações para a economia.

O coordenador geral da AJE Fortaleza, Lucas Melo, afirmou que o intuito foi mostrar que o Ceará está sendo palco para essas mudanças ao redor do mundo. A entidade visa, ainda, mostrar as oportunidades cearenses para outros estados nos encontros da Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje).

“O Brasil é um país muito grande e nós sabemos que o empresário quer aproveitar boas oportunidades. Então, quem tiver realmente essa visão de longo prazo sabe que aqui vai ser muito bem explorado. Alguns associados participaram da primeira apresentação do Masterplan do H2V e ficaram vislumbrados com o que viram”, acrescentou Lucas.

“A gente sabe que, como é um plano longevo para ser colhido nos próximos 10 ou 20 anos, quem vai estar à frente da sociedade são os jovens empresários de hoje. Então, nós temos que ter essa preocupação realmente de ocupar esses espaços e olhar para a sustentabilidade, obviamente. E de que forma nós vamos nos inserir no que está sendo construído”, disse.

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Ricardo Cavalcante, presidente
da Fiec

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