A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda apresentou ontem projeções macroeconômicas para o país em 2025.
De acordo com a pasta, a inflação da alimentação deverá ceder até o fim do ano e apresentar recuo principalmente em razão de um cenário climático melhor, de safras recordes, e do fim da reversão do ciclo do abate de bovinos.
"A gente está vendo que, por exemplo, uma safra muito favorável de soja, uma safra muito favorável de arroz e feijão, vai ajudar [a conter] os preços de cereais, leguminosas, derivados da soja. Estamos vendo também que, a partir de março, a projeção é de neutralidade climática, o que tende a ajudar o preço de frutas e hortaliças, entre outras", destacou a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal.
O comportamento do preço da carne em 2025, de acordo com a subsecretária, terá um papel central no resultado da inflação da alimentação.
O preço do produto deverá desacelerar em razão do fim da reversão do ciclo do abate - período em que as vacas são destinadas ao abate, após a retenção delas para procriação e a entrada dos bezerros no mercado - que aumentará a oferta de animais para o mercado.
"O impacto maior da reversão do ciclo de abate na inflação se deu já em 2024. Então, a tendência é de desaceleração desses preços (em 2025). Se o preço da carne subiu cerca de 20% em 2024, esse ano, essa inflação deve desacelerar."
Ela frisou que os preços do café e do leite subiram em 2024 impactados pelas estiagens e queimadas. Já a inflação no preço da laranja ocorreu, segundo ela, devido ao greening, doença que prejudica a produção de cítricos.
Mas, o maior choque nos preços de alimentos no ano passado, veio em razão da reversão do ciclo de abate de bovino, de agosto em diante. "A alta foi tão relevante que, excluindo carnes bovinas do índice de inflação, teríamos uma inflação de alimentos em cerca de 6,2% em vez de 8,2% em 2024." (Agência Brasil)
IPCA
Para 2025, a projeção é de uma inflação de 4,8%