O tempo de espera para uma resposta do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) para um pedido de benefício no Nordeste deve cair mais de 50% até o fim do ano, de 79 dias para 30 dias, segundo afirmou o ministro Carlos Lupi (Previdência Social).
A média de espera no aplicativo Meu INSS tem na região a maior de todo o País e, por isso, é foco de atenção maior pelo Ministério, de acordo com ele.
"Quando assumi, em janeiro de 2023, o tempo médio de espera era de 176 dias no País. Hoje, está em 39 dias. Esse tempo médio é o principal fator. Como a fila é virtual, o que importa mais para as pessoas é o tempo de resposta. Nós estamos trabalhando para que, até o fim do ano, o tempo ser de 30 dias", afirmou no início da tarde desta sexta-feira, 14, em visita ao Ceará.
Hoje, detalhou o ministro, a média nacional de tempo de espera é de 39 dias - abaixo dos 45 dias exigidos por lei.
No entanto, nos estados do Sul e Sudeste, isso cai para pouco mais de 20 dias, como é em São Paulo (20 dias), Rio Grande do Sul (22 dias) e Rio de Janeiro (26 dias).
Lupi ainda ressaltou que a média mensal de pedidos de benefícios gira em torno de 1 milhão mensalmente e, em novembro de 2024, saltou para 1,4 milhão.
Como uma das estratégias para atenuar a situação, o ministro contou que do concurso planejado para fevereiro deste ano, 70% dos 500 novos médicos peritos vão exercer o ofício para o Nordeste e o Norte do País.
A expectativa dele é de que, entre junho e julho de 2025, após divulgação de resultados, contestações e nomeações, o INSS conte com uma equipe capaz de cumprir a meta de resposta aos pedidos em até 30 dias em todo o País.
O ministro contou ainda que formalizou, após dois meses de teste, a parceria com o governo cearense para ter pontos de atendimento do INSS nos Vapt Vupt.
"Assinei ontem com o governador Elmano de Freitas (PT) e ele quer instalar os pontos de atendimento em todos os Vapt Vupts que ele tiver para dar capilaridade à Previdência", contou.
Por fim, Lupi disse trabalhar para atender um pedido de Elmano para levantar os números do Sistema Comprev, que consiste na compensação previdenciária entre o INSS e os regimes próprios de previdência social.
Na prática, são os cálculos de tempo de trabalho de celetistas que viraram servidores públicos ou o inverso. "Estamos levantando dos mais antigos para os mais novos para poder ser justo", disse sem mencionar datas.
Lupi: sou contra bets e quero que beneficiário do INSS não use dinheiro para apostas
O ministro Carlos Lupi (Previdência Social) afirmou que é contra a operação das bets, as casas de apostas online, no País e busca impedir que os beneficiários do Instituto Nacional de Seguro Social usem o provento para tentar a sorte nestes sites.
"No consignado, no empréstimo, já não pode. Eu consegui fazer uma regulamentação. Agora, no recebimento do provento, está no direito constitucional e eu não consegui ainda. Mas eu não desisti", afirmou em visita ao Ceará nesta sexta-feira, 14.
A opinião dele é compartilhada com especialistas de diversas áreas, desde a economia até à medicina, uma vez que o vício pode gerar problemas no orçamento e na saúde das pessoas.
Entidades do comércio e médicos já manifestaram atenção com a liberação das bets no Brasil, com agravo para o uso de benefícios sociais, como o Bolsa Família.
"Eu sou fruto de uma história familiar, que eu prefiro não revelar, que o jogo destruiu a minha família. Tirou a vida do meu pai por causa de corrida de cavalo. Tenho muito preconceito e quero confessar", revelou Carlos Lupi, justificando o entendimento sobre o caso.
Preservados os direitos dos beneficiários e pensionistas, Lupi diz querer avançar sobre os ganhos conquistados no âmbito do empréstimo consignado.
O aumento do teto das prestações de 84 e 96 meses e a redução dos juros para 1,80% mensais são destacados por ele como vantagens para uma população que já assumiu o consignado como parte da renda.
"O consignado tem pouco mais de 16 milhões de pessoas. Elas não conseguem sair mais do consignado. Elas pegam renda para melhorar a casa, comprar um bem, parcelar algo... É uma taxa de 1,80% ao mês enquanto o sistema de crediário é de 20% a 25%", comparou.