O faturamento anual da indústria de alimentos do Ceará foi de R$ 17 bilhões em 2024. O montante foi o terceiro maior do Nordeste, atrás apenas da Bahia e de Pernambuco.
O desempenho do Estado se manteve estável em relação ao valor faturado, já que em 2023 ele também foi de R$ 17 bilhões. Entretanto, houve uma queda no volume de produção de 3,7%. Situação citada pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) como o principal motivo para o Ceará não ter registrado uma receita maior, já que ele se destacou em diversos segmentos.
Um deles foi o de exportação, em que a Unidade Federativa (UF) obteve um crescimento aproximado de 31,75% na quantia arrecadada, que passou de US$ 211 bilhões para US$ 270 bilhões.
As informações fazem parte do Balanço Anual da Indústria de Alimentos divulgado pela Abia nesta quinta-feira, 20 de fevereiro.
Segundo a associação, no Estado, também houve um aumento no número de empresas abertas (1.411) e no de empregos diretos (51.107) no campo alimentício, de 16,67% e 8,51%, respectivamente.
Além disso, se somado ao número de trabalhos indiretos, que foi de 204.428, a cadeia produtiva da indústria de alimentos chega a 255.535 de pessoas, o que representa 19,5% do total de empregos da indústria de transformação cearense.
Outro ponto a se ressaltar, é a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, que é de 7,1%, com R$ 247 bilhões. A quantia também é a terceira maior da Região.
Os resultados do Ceará vão ao encontro do Brasil, que também apresentou uma atuação positiva, com um faturamento de R$ 1,277 trilhão. O aumento foi de 9,98% em relação ao ano anterior. Já no que concerne à participação no PIB, ela foi de 10,8%.
Na exportação, também foi observado destaque no País, que pelo terceiro ano consecutivo foi o maior exportador de alimentos industrializados em volume do mundo. No ano passado, foram 80,3 milhões de toneladas, 10,4% acima do apurado em 2023.
Esse segmento, inclusive, conforme o comentado pelo presidente executivo da Abia, João Dornellas, “está exportando produto com um maior valor agregado”, já que, nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 29,2% no volume comercializado, enquanto no valor a alta foi de 72,7%.
Ele reforça desta forma a qualidade das mercadorias, que “atendem às exigências de segurança de mais de 190 países”.
Dentre os principais mercados estão: a Ásia, (38,7%), seguida da Liga Árabe (18,9%) e da União Europeia (12,6%). Já os produtos mais comprados são as proteínas ligadas a animais, com US$ 26,2 bilhões, produtos do açúcar, com US$ 18,9 bilhões, e produtos de soja, com US$ 10,7 bilhões.
Em relação à geração de empregos no setor, que de acordo com o informado pela associação, é o que mais emprega na indústria brasileira, foram criados 72 mil novos postos de trabalho formais e diretos, o equivalente a 25% do ofertado na indústria de transformação brasileira. Somado aos indiretos, 288 mil, foram 360 mil novas vagas.
“Apesar do contexto desafiador para os custos de produção (que foi ocasionado pelos acontecimentos climáticos e a desvalorização do real), o desempenho da indústria de alimentos foi positivo. A ampliação da produção de alimentos industrializados contribuiu, de forma importante, para a geração de emprego e renda no país”, explicou João.
Esses custos citados também foram influenciados pelo aumento de imposto de importação sobre resinas plásticas e os reajustes no custo da energia elétrica (+10%), diesel (+7%) e gás natural (+6%), que por mais que não se refiram necessariamente aos alimentos impactaram diretamente na cadeia de produção.
Para 2025, a Abia projeta um ritmo de crescimento da economia menor do que no ano passado. O PIB, que variou positivamente 3,5% no ano passado, deve ficar em 1,8% e 2% neste ano. Para as vendas gerais, essa diferença é maior, enquanto a alta em 2024 foi de 6,1%, a esperada para agora é de no máximo 2,5%.
Nos empregos o cenário é similar, no qual o crescimento deve ser de 1% a 1,5%, enquanto que no ano anterior ele foi de 3,6%.
Entretanto, quando considerado as exportações, as perspectivas se mostram positivas, já que se projeta um aumento de 68% a 70%, e o de 2024 foi 66,3%. Outro ponto destacado é que há uma estimativa de que, em 2025, ocorra uma safra recorde no País.
Faturamento no Nordeste:
Bahia: R$ 41 bilhões
Pernambuco:
R$ 30 bilhões
Ceará: R$ 17 bilhões
Maranhão:
R$ 8 bilhões
Alagoas: R$ 7 bilhões
Sergipe: R$ 6 bilhões
Piauí: R$ 6 bilhões
Rio Grande do Norte: R$ 5 bilhões
Paraíba:R$ 5 bilhões
Fonte: Abia