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Ceará recua na geração de empregos, mas Fortaleza é o 7º que mais contrata no País
Economia

Ceará recua na geração de empregos, mas Fortaleza é o 7º que mais contrata no País

| Mercado de trabalho | Estado encerrou janeiro com saldo negativo de 1,2 mil vagas, em razão do desaquecimento das contratações no comércio. Já a Capital terminou o mês com 826 novas vagas criadas
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DEMISSÕES no Comércio influenciaram resultado (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS DEMISSÕES no Comércio influenciaram resultado

O Ceará apresentou saldo negativo de 1.225 postos formais de trabalho em janeiro. Isso porque o Estado demitiu mais (54.265) do que contratou (53.040) no período. Em dezembro o mercado de trabalho cearense já apresentou saldo de -6.461 vagas.

O desempenho foi impactado diretamente pelas demissões do setor de comércio, ao fechar 2.707 vagas. Seguiram trajetória similar os setores de construção (-339) e agropecuária (-22). Por outro lado, os setores de serviços (887) e indústria (1.019) tiveram desempenhos positivos no mês.

O estoque ficou em 1.408.141, sendo menor que dezembro de 2024 (1.409.366), mas maior para um janeiro desde o início da série histórica, em 2020. O resultado reflete em quarta pior colocação do Brasil e a segunda pior do Nordeste.

Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, 26 de fevereiro, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que tem como início da série histórica 2020, quando nova metodologia foi adotada.

Entre os municípios, no primeiro mês do ano, Fortaleza teve o melhor desempenho estadual em criação de vagas, seguida de Horizonte e São Gonçalo do Amarante. Porém, os que mais perderam postos foram Sobral e Maracanaú.

Os dados do Caged ainda apontam que, nos 12 meses de fevereiro de 2024 até janeiro de 2025, o Ceará gerou 53.371 empregos com carteira assinada, resultado de 618.810 admissões e 565.439 desligamentos.

Com isso, ficou em nono lugar do País e segundo do Norte e Nordeste em criação de vagas, com desempenho positivo em todos os setores. Nas regiões, fica atrás apenas do topo, que foi a Bahia (88.546). Além disso, o estoque médio de pessoas no mercado de trabalho formal ficou em 1.380.738.

Janeiro marca o segundo mês consecutivo de saldo negativo na geração de vagas formais de emprego no Ceará. O cenário é possível a partir de um comportamento atípico do emprego sazonal no ano passado, avalia o economista Alex Araújo.

Ele destaca que as contratações temporárias, que geralmente ocorrem entre setembro de outubro, começaram mais cedo, por volta de julho, o que fez com que os contratos termissem antes do tradicional.

Portanto, entende que esse movimento observado por dois meses não indica uma questão mais séria em relação ao mercado de trabalho. "Isso se deve à reposição de empregos temporários. Como a contratação ocorreu antes do previsto, a demissão também foi antecipada".

"(Em relação à perspectiva para o ano), Ainda não há indícios claros de desaceleração econômica, apesar das projeções apontarem para um crescimento menor neste ano. Os indicadores conjunturais ainda não mostram essa tendência.", afirma.

Na análise dos 12 meses encerrados em janeiro de 2025, os homens, com 28.898, tiveram um saldo melhor que o apresentado pelas mulheres (24.473). Os destaques na geração de postos com carteira assinada no período foram dos setores de serviços (24.078) e industrial (15.429).

Nesta base de comparação (12 meses), a taxa de rotatividade nos empregos cearenses foi de 29,26%. É a 6ª menor do País e 4ª menor do Nordeste, abaixo do resultado de qualquer região. No Brasil, Mato Grosso tem o maior índice (39,02%). Dos municípios com saldos maiores, destacaram-se sobretudo Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral.

O secretário do Trabalho do Estado, Vladyson Viana, destaca o resultado do setor industrial, de continuidade no volume de contratações.

"Isso é relevante porque são postos em que o trabalhador tem menos rotatividade, maior duração dos vínculos de emprego, além de, geralmente, oferecerem maior remuneração. São empregos mais estáveis e melhor remunerados. Quanto mais empregos a indústria criar, melhor. A indústria já foi um dos setores que mais cresceu em 2024, com mais de 13 mil postos, e só em janeiro criou mais mil novos postos de trabalho", pontua.

Sobre a previsão de desempenho do mercado para os meses seguintes, Vladyson diz que a realização do Carnaval em março não esvaziou fevereiro, que segue sendo mês de alta estação, com crescimento da movimentação de turistas, com boas expectativas para o setor. (Com Samuel Pimentel)

Municípios de que mais geraram empregos no Ceará nos últimos 12 meses

  1. Fortaleza (26.882)
  2. Juazeiro do Norte (3.366)
  3. Sobral (2.767)
  4. Horizonte (2.595)
  5. Maracanaú (2.064)
  6. Crato (1.294)
  7. Aquiraz (1.226)
  8. Itaitinga (918)
  9. Russas (903)
  10. Camocim (825)

Municípios que mais geraram empregos no Ceará em janeiro

  1. Fortaleza (826)
  2. Horizonte (230)
  3. São Gonçalo do Amarante (110)
  4. Quixeramobim (98)
  5. Itapipoca (70)
  6. Morada Nova (70)
  7. Lavras da Mangabeira (51)
  8. Caridade (49)
  9. Aracati (48)
  10. Jaguaruana (42)

Municípios que mais perderam empregos no Ceará em janeiro de 2025

  1. Sobral (-520)
  2. Maracanaú (-517)
  3. Iguatu (-179)
  4. Barbalha (-160)
  5. Crato (-132)
  6. Mauriti (-124)
  7. Limoeiro do Norte (-113)
  8. Pacajus (-108)
  9. Maranguape (-108)
  10. Fortim (-95)

Veja como foram os outros janeiros em geração de emprego no Ceará

  • Janeiro de 2025 (-1.225)
  • Janeiro de 2024 (1.436)
  • Janeiro de 2023 (-2.068)
  • Janeiro de 2022 (-2.136)
  • Janeiro de 2021 (6.246)
  • Janeiro de 2020 (2.461)

Veja ranking de janeiro de 2025 dos setores no Ceará

  1. Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (-2.707)
  2. Construção (-339)
  3. Agropecuária (-22)
  4. Serviços (887)
  5. Indústria (1.019) 

Veja os estados que mais geraram emprego no Brasil em 12 meses (fevereiro/24 a janeiro/25)

  1. São Paulo (457.335)
  2. Minas Gerais (131.498)
  3. Rio de Janeiro (130.437)
  4. Paraná (124.502)
  5. Santa Catarina (103.339)
  6. Bahia (88.546)
  7. Rio Grande do Sul (69.690)
  8. Goiás (56.240)
  9. Ceará (53.371)

Metodologia do Novo Caged

Em maio de 2020, apresentou-se a nova metodologia de captação de dados para a produção dos índices do Caged (contendo informações desde janeiro de 2020) tendo como fontes declarações realizadas diretamente no eSocial, declarações realizadas no Caged e, para o caso de informações não encontradas em nenhum destes sistemas, declarações realizadas no Empregador Web4.

Dada essa complementação de fontes, esse indicador foi chamado de indicador híbrido, diferenciando-se da metodologia anterior em que as informações eram captadas de uma única forma.

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FORTALEZA, CE, BRASIL, 30.12.2020: Em frente North Shopping na Avenida Bezerra de Menezes. Previsao de retomada de empregos 2021 - Economia. Em época de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/O POVO).
FORTALEZA, CE, BRASIL, 30.12.2020: Em frente North Shopping na Avenida Bezerra de Menezes. Previsao de retomada de empregos 2021 - Economia. Em época de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/O POVO).

País cria 137 mil vagas formais de emprego em janeiro

Após o fechamento de 546.624 vagas em dezembro de 2024, segundo dado revisado, o mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 137.303 carteiras assinadas em janeiro deste ano, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho.

O resultado do emprego no mês passado decorreu de 2.271.611 admissões e 2.134 308 demissões. No mesmo período de 2024, houve abertura de 173 233 vagas com carteira assinada, na série ajustada.

O resultado veio acima da mediana das projeções de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. A mediana indicava a criação líquida de 50,5 mil vagas com carteira assinada e o intervalo das estimativas, todas positivas, variava de 20 mil a 240 mil vagas formais criadas.

O setor da indústria puxou o desempenho do emprego para cima no mês passado, com a criação de 70.428 postos formais, seguido pelos serviços, que abriram 45.165 vagas. Já a construção criou 38 373 vagas em janeiro. Houve ainda a abertura de 35.754 vagas na agropecuária. Já o comércio registrou fechamento de vagas, em 52.417 postos.

De acordo com o Caged, no primeiro mês do ano, 17 das 27 unidades da Federação obtiveram resultado positivo na criação de postos de trabalho. O melhor desempenho entre os Estados foi registrado em São Paulo, com saldo positivo de 36.125 postos de trabalho. Já o pior aconteceu no Rio, onde 12.960 vagas foram fechadas.

O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada foi de R$ 2.251,33 em janeiro. Comparado ao mês anterior, houve um acréscimo de R$ 89,01, alta de 4,12%.

Na análise do economista do ASA Leonardo Costa, com o resultado, a expectativa é de um Produto Interno Bruto (PIB) forte no primeiro trimestre, sob influência do setor agropecuário. "A surpresa com o Caged ainda é preliminar, mas indica crescimento da economia um pouco maior no período."

Para o economista da Terra Investimentos Homero Guizzo, o resultado de janeiro "impressionou". "Além da aceleração na criação de vagas, vimos aceleração de mais de 4% do crescimento do salário médio real. Deixa a impressão de que o dado de dezembro parece ter sido um ruído", afirma.

Guizzo avalia que é preciso aguardar a confirmação dos dados da taxa de desemprego, mas considera que, em princípio, o mercado de trabalho não está desacelerando como o esperado, o que pode indicar um risco maior para a inflação.

"Tivemos um mês de dezembro com resultados muito ruins. Parecia que a atividade poderia ter uma desaceleração mais abrupta", avalia o chefe de macroeconomia da Kínitro Capital, João Savignon. Apesar disso, o resultado de janeiro não altera a perspectiva de acomodação das taxas de criação de vagas ao longo de 2025. (Agência Estado)

Fortaleza tem saldo de empregos maior do que 14 estados

A geração de vagas de trabalho formais em Fortaleza apresentou saldo positivo de 826 empregos em janeiro. No período, foram 30.292 admissões e 29.466 desligamentos, desempenho superior a 14 estados brasileiros.

O setor que puxou para cima o desempenho de Fortaleza foi a indústria, com saldo positivo de 1.150 vagas, seguida dos serviços (970) e o de construção (346).

No mês, o resultado foi positivo apesar da forte retração do comércio (-1.635) e agropecuária (-5).

"Estamos trabalhando para potencializar a geração de novos postos formais de trabalho em todos os setores. Esses números demonstram o impacto que Fortaleza exerce na economia do Estado, do Nordeste e do País", destaca Antonio José Mota, secretário municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE).

Um recorte dos dados por perfil revela que o saldo de mulheres contratadas foi superior ao de homens. Em janeiro, 542 novas vagas foram preenchidas por elas, enquanto outras 284 foram por eles.

Em janeiro, o desempenho de Fortaleza foi melhor do que 14 estados: Rio de Janeiro (-12.960); Pernambuco (-5.230); Pará (-2.203); Ceará (-1.225); Acre (-645); Rio Grande do Norte (-628); Paraíba (-720); Alagoas (-940); Sergipe (-913); Piauí (-966); Espírito Santo (551); Amapá (566); Roraima (222) e Rondônia (28).

Quando analisados os resultados dos últimos 12 meses, Fortaleza tem o sétimo melhor desempenho dentre as capitais brasileiras, com saldo positivo de 26.882 vagas. (Samuel Pimentel)

Panorama dos empregos em janeiro

Fortaleza

Ceará

Brasil

Admissões

30.292

53.040

2.271.611

Demissões

29.466

54.265

2.134.308

Saldo de empregos

826

-1.225

137.303

Desempenho por setor - janeiro/2025

Comércio

Construção

Agropecuária

-2.707

-339

-22

Serviços

Indústria

887

1.019

Fonte : MTE

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