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Fortaleza tem cesta básica mais cara do Norte e Nordeste em fevereiro, a R$ 710,66
Economia

Fortaleza tem cesta básica mais cara do Norte e Nordeste em fevereiro, a R$ 710,66

Crescimento anual do preço da cesta básica na cidade cearense é o mais elevado do Brasil, com avanço de 13,22%
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O item com maior elevação mensal nos preços foi o café (7,46%) (Foto: Lorena Louise/Especial para O POVO)
Foto: Lorena Louise/Especial para O POVO O item com maior elevação mensal nos preços foi o café (7,46%)

O preço da cesta básica de Fortaleza é o maior entre as capitais do Norte e Nordeste pesquisadas em fevereiro, no valor de R$ 710,66, com alta mensal de 1,46%.

Já o crescimento anual do preço da cesta básica na cidade cearense é o mais elevado do Brasil, com avanço de 13,22%. Somente neste ano, houve aumento de 5,48% no valor.

Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 17 capitais brasileiras.

No Norte, foram levantadas as informações apenas da cidade de Belém, cuja cesta custava R$ 700,06. Enquanto no Nordeste, o valor mais barato da cesta básica foi em Aracaju, a R$ 580,45.

Depois de Fortaleza, a segunda capital nordestina com valores mais caros da cesta básica foi Natal (R$ 648,58), seguida por João Pessoa (R$ 634,41), Salvador (R$ 628,80) e Recife (R$ 625,33).

O supervisor técnico do Dieese, Reginaldo Aguiar, pontuou que o valor da cesta básica em Fortaleza é comumente o mais caro do Nordeste.

E a região contou no geral com algumas das maiores variações mensais nos preços: “Fortaleza teve (alta de) 1,46%; Natal, 2,28%; João Pessoa, 2,55%; Recife teve a maior variação, com 4,44%; e Aracaju, 1,58%”.

Café é “vilão” dos preços da cesta básica

Dos 12 produtos de alimentação básica pesquisados na cesta de fevereiro, a maior alta de preços mensal foi no café (7,46%), cujo valor ficou em R$ 18,58 por 300 gramas (g).

O tomate veio logo em seguida, com o preço registrando 4,70% a mais em fevereiro ante janeiro, a R$ 93,48 por 12 quilogramas (kg).

O supervisor técnico do Dieese informou, ainda, que o que puxou o valor da cesta para cima entre os meses foi basicamente a alta desses dois produtos.

Para ele, o café é o “novo vilão” atual. Todavia, salientou que a carne tem o maior peso entre os produtos pesquisados, e, em fevereiro, ela ficou 2,30% mais cara, a R$ 224,01 por 4,5kg.

Por outro lado, alguns produtos contaram com redução de preços em relação ao mês anterior, como a banana (-4,21%), óleo (-0,83%), leite (-0,73%), açúcar (-0,68%) e feijão (-0,13%).

“Tão importante quanto a variação mensal, temos também a variação anual, ao comparar fevereiro de 2025 com fevereiro de 2024. Aqui, ficam mais claras as grandes elevações”, segundo Reginaldo.

As maiores elevações anuais da cesta básica de Fortaleza ocorreram no preço do café (84,51%), do tomate (40,87%), da carne (28,63%) e do óleo de soja (28,50%).

“Quanto às maiores quedas, tivemos o caso da farinha, que registrou uma queda de 22,16%, e o feijão, com uma queda de 22,51%”, explicou Reginaldo.

“Portanto, ainda temos variações, ao comparar este ano com o ano anterior, de pelo menos o dobro ou mais do que tivemos de variação de inflação”, complementou o especialista.

Salário mínimo deveria ser de R$ 7.229,32

O salário mínimo necessário para uma família com quatro pessoas em fevereiro ficou em R$ 7.229,32, conforme projeção do Dieese.

“Aquele (salário) que seria suficiente para garantir os gastos necessários conforme a Constituição Federal e a lei do salário mínimo”, de acordo com Reginaldo.

O montante é 4,76 vezes maior que o atual salário mínimo vigente no País, no valor de R$ 1.518. Já o gasto com alimentação de uma família com quatro pessoas ficou em R$ 2.131,98.

É necessário que os trabalhadores gastem cerca de 102 horas e 59 minutos e 54,41% do salário mínimo para comprar os alimentos básicos.

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