Logo O POVO+
Cerca de 90% dos remédios ficarão mais caros a partir do dia 1º de abril
Economia

Cerca de 90% dos remédios ficarão mais caros a partir do dia 1º de abril

| Inflação| Teto máximo do reajuste precisa ser publicado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) até o dia 31 deste mês no Diário Oficial
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
O reajuste dos remédios é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS O reajuste dos remédios é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed)

Cerca de 80% a 90% dos medicamentos ficarão mais caros a partir da próxima terça-feira, 1º de abril, segundo o diretor do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma), Maurício Filizola.

Os outros, geralmente isentos de prescrição, poderão ter aumentos em períodos diferenciados. O reajuste é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) até o dia 31 de março de cada ano.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou ao O POVO, os números oficiais ainda serão divulgados. No entanto, Maurício Filizola explica que, em diálogo com representantes da indústria, a alteração média no Ceará deve ser de 3,8%, podendo chegar a 5%. 

“Os parâmetros considerados para o reajuste incluem a inflação, a produtividade do setor, a importação de matéria-prima e o reajuste dos salários dos colaboradores, fatores que impactam diretamente nos preços. A surpresa deste ano foi que o reajuste autorizado e negociado ficou, inclusive, abaixo da inflação.”

Questionado sobre outros aumentos ao longo do ano, o diretor do Sincofarma pontua que a política de preços define um valor de fábrica, ou seja, o que a farmácia adquire o medicamento da indústria, e o Preço Máximo ao Consumidor (PMC), a quantia máxima que pode ser praticada no mercado.

“A variação pode ocorrer devido a descontos concedidos ao longo do ano. Por exemplo, em períodos sazonais de alta demanda, como surtos de viroses, os laboratórios podem reduzir descontos, impactando o preço final ao consumidor.”

Reajuste abaixo da inflação preocupa o setor

Com um reajuste médio de 3,8%, número abaixo da inflação dos últimos 12 meses (5,06%), Maurício Filizola comenta que o percentual menor preocupa o setor, visto que as farmácias muitas vezes oferecem descontos que superam os patamares estipulados.

“Embora o reajuste aconteça no Preço Máximo ao Consumidor (PMC), as farmácias muitas vezes oferecem descontos que superam os patamares estipulados. O reajuste deste ano foi bem menor do que os anteriores. Desde 2018, não havia um reajuste abaixo da inflação, pois um dos principais fatores que impactam o preço dos medicamentos é a matéria-prima.”

Conforme o diretor do Sincofarma, a maioria das matérias-primas utilizadas na fabricação de medicamentos no Brasil é importada, e cerca de 90% vem do exterior, tornando os preços atrelados ao dólar.

“Além disso, algumas matérias-primas sofrem variações cambiais superiores à própria cotação do dólar, dependendo da demanda global. Isso ocorreu com frequência durante a pandemia e, atualmente, também há escassez de algumas matérias-primas, o que impacta o preço final dos medicamentos. No entanto, os reajustes não podem ultrapassar os limites autorizados.”

Outro ponto ressaltado por Maurício Filizola é que os consumidores comprem medicamentos em farmácias confiáveis, preferencialmente próximas de sua residência, e exijam nota fiscal para garantir a procedência dos produtos.

“Também alertamos sobre os riscos da compra de medicamentos em feiras e locais não regulamentados. Fora a possibilidade de serem produtos roubados, a armazenagem inadequada pode comprometer a eficácia do medicamento, colocando a saúde do consumidor em risco.”

Lula fecha acordos de cooperação com o Japão e defende avanços com o Mercosul

Mais notícias de Economia

O que você achou desse conteúdo?