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Cesta básica em Fortaleza fica 2,36% mais cara em março e chega a R$ 727,46
Economia

Cesta básica em Fortaleza fica 2,36% mais cara em março e chega a R$ 727,46

Nos últimos seis meses, preço da cesta básica na capital cearense subiu 18,1%. Em março, os "vilões" foram: tomate, banana, café e pão
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TOMATE registrou alta de 14,76% (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS TOMATE registrou alta de 14,76%

O preço da cesta básica em Fortaleza subiu 2,36% no mês de março e passou a custar R$ 727,46. Os dados fazem parte da pesquisa mensal feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que também apontou que o valor acumula a maior inflação do Brasil em 12 meses (+9,69%).

No mês de março, os produtos que mais contribuíram para a alta foram: o tomate com alta de preços de 14,76%, seguido da banana (11,19%), do café (7%) e do pão (2,83%).

No mesmo recorte, os produtos que apresentaram quedas de preços foram o arroz (-7,21%), o óleo (-6,17%), o feijão (-4,04%), a manteiga (-2,31%), o açúcar (-2,29%), o leite (-1,46%), a carne (-1,08%) e a farinha (-0,56%).

Quando comparados os preços das cestas básicas entre as capitais, Fortaleza possui a 11ª cesta de produtos mais cara. Mas ocupa a primeira colocação no Norte-Nordeste.

Ainda segundo os dados, a alta acumulada chega a 18,1% nos últimos seis meses.

No recorte dos primeiros três meses deste ano, duas capitais nordestinas lideram a inflação da cesta básica no Brasil. Primeiro, vem Salvador (BA), que acumula alta de 8,51% no valor, seguido de Fortaleza, com 7,97%.

O levantamento do Dieese aponta ainda o salário mínimo considerado ideal, a partir do cálculo do valor necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças).

E, segundo o Dieese, o valor do salário mínimo em março deveria ter sido de R$ 7.398,94. Esse montante é o equivalente a 4,87 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518.

Em março de 2025, o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 106 horas e 19 minutos aos trabalhadores que recebem o salário mínimo, quase duas horas a mais do que em fevereiro.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em março de 2025, 52,24% do rendimento mensal para adquirir a cesta básica.

Em São Paulo, o comprometimento é superior à média nacional - sendo o pior cenário entre as capitais, ao impactar 62,72% do salário. Em Fortaleza, o percentual chega a 51,81% - o pior resultado do Norte-Nordeste.

Segundo a avaliação do economista Alex Araújo, a pressão inflacionária sobre os alimentos continua forte, seja pela questão climática, mas também pela guerra tarifária que se inicia no mundo.

Alex lembra ainda da tentativa do governo Lula de baixar o preço de alimentos ao desonerar a importação de produtos. “Essa medida acabou ajudando principalmente os derivados de trigo. Se não fossem aquelas medidas, os preços desses produtos teriam subido ainda mais. Mas elas perderam um pouco da função com essa redefinição do papel do comércio internacional (em que os produtores preferem exportar por terem vantagem de preço).”

No ambiente local, destaca, há ainda o impacto de produtos regionais, com farinha de mandioca e batata-doce. Com o crescimento da urbanização da Região Metropolitana de Fortaleza, as áreas produtivas estão
mais distantes, o que acaba afetando também os preços.

Pesquisa de preços da cesta básica - 17 capitais brasileiras

  1. São Paulo: R$ 880,72 (+2,35% no mês)
  2. Rio de Janeiro: R$ 835,50 (+2,53%)
  3. Florianópolis: R$ 831,92 (+3%)
  4. Porto Alegre: R$ 791,64 (+2,85%)
  5. Campo Grande: R$ 788,58 (+1,89%)
  6. Brasília: R$ 782,65 (+1,34%)
  7. Curitiba: R$ 772,83 (+3,61%)
  8. Vitória: R$ 762,94 (+2,34%)
  9. Goiânia: R$ 754,06 (+1,99%)
  10. Belo Horizonte: R$ 744,10 (+2,49%)
  11. Fortaleza: R$ 727,46 (+2,36%)
  12. Belém: R$ 704,90 (+0,69%)
  13. Natal: R$ 636,47 (-1,87%)
  14. Salvador: R$ 633,58 (+0,76%)
  15. Recife: R$ 627,14 (+0,29%)
  16. João Pessoa: R$ 626,89 (-1,19%)
  17. Aracaju: R$ 569,48 (-1,89%)
    Fonte: Dieese

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