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Congresso Gife debate impacto da crise climática em grupos mais vulneráveis
Economia

Congresso Gife debate impacto da crise climática em grupos mais vulneráveis

|Desafios|Segundo dia de evento contou com uma série de debates acerca de temas como sustentabilidade, diversidade e inclusão
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OS caminhos para uma sociedade mais justa 
foram debatidos no segundo dia do Congresso Gife (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS OS caminhos para uma sociedade mais justa foram debatidos no segundo dia do Congresso Gife

A crise climática e seus impactos, principalmente sobre grupos sociais mais vulneráveis, integrou nesta quinta-feira, 8, o segundo dia de debates do 13º Congresso Gife, promovido pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife). Evento, realizado em Fortaleza, ocorre até esta sexta-feira, 9. 

A temática foi discutida durante o painel "Inclusão Produtiva e Sustentabilidade – Como alinhar oportunidades de trabalho e renda em um mundo em transição", que buscou explorar, entre outras coisas, os caminhos possíveis para alinhar a inclusão produtiva às necessidades ambientais e sociais. 

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Maria Gabriella Souza, advogada e analista de política climática, foi uma das convidadas da mesa. Em entrevista para O POVO, logo após palestra, ela citou que o Brasil enfrenta diversos desafios para promover a sustentabilidade— essencial para frear a crise climática que ameaça o País e o mundo. 

"Eu acho que um grande desafio hoje do Brasil está na transição justa da economia. Por exemplo, a energia eólica, que é um grande exemplo que a gente tem de transição, que a gente está vendo que está dando muito errado no sentido social. As comunidades estão sendo muito afetadas", disse. 

Gabriella, que esteve entre os Jovens Embaixadores pelo Clima, da The Climate Reality Project, também citou o papel da população nesse processo: "A sociedade civil tem o papel de pressionar todos esses atores, todos esses setores, para que a mudança aconteça de verdade e que essa mudança leve em consideração as pessoas mais vulnerabilizadas", frisou. 

Esses grupos mais vulneráveis socialmente, como mulheres, negros e indígenas, estiveram entre assuntos que nortearam outras mesas do congresso. No painel sobre memória no reconhecimento de identidades políticas, por exemplo, a ditadura foi relembrada como um dos agentes dizimadores dos povos originários.

"Essa ditadura ela pode ter acontecido lá atrás, mas continua acontecendo, só que de outro formato, dentro dos territórios indígenas (...)  Crianças e idosos são massacrados, têm suas vidas ceifadas (...) Por questões como o avanço do agronegócio. Uma légua de terra vale a vida de uma criança, de um idoso", disse na ocasião Juliana Alves, Secretária dos Povos Indígenas do Ceará, que integrou a mesa. 

Maria Marighella, presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), também participou do debate e citou a importância desses povos e de outros que são marginalizados para a preservação da cultura. 

"Quem tá preservando a memória são as populações tradicionais, o povo negro, aqueles que foram vitimados e tiveram suas tradições dizimadas. O que não existe (hoje) é um investimento institucional político (para preservar essa memória) daqueles que têm o poder", citou na ocasião. 

O segundo dia do evento contou ainda com mesas que tiveram como proposta discutir temas como diversidade e inclusão, governança participativa e ecossistema de impacto. Entre os convidados que participaram das palestras esteve Marcos Tardin, gerente-geral da Fundação Demócrito Rocha (FDR). 

Programação do dia 9/5

09:00 - 10:30

Sala Verde: Perspectivas para o fortalecimento da democracia

Sala Azul: Cenários da sustentabilidade financeira das Organizações da Sociedade Civil e os caminhos para seu fortalecimento

Sala Amarela: Retratos da solidariedade no Brasil: dos grandes filantropos às doações individuais no país

Sala Vermelha: O valor da floresta em pé: Bioeconomia e um novo paradigma de desenvolvimento para pessoas, clima e a natureza

Sala Roxa: Pobreza Multidimensional e a importância de compreender, medir e monitorar resultados para uma ação mais eticamente integrada

11:00 - 12:30
Plenária C: "Filantropia" - Os próximos 30 anos do ISP e da filantropia no país

14:30 - 17:00
Oficinas e Atividades Extras

Inclusão

Pela manhã, foram debatidos temas como "O estado da arte da filantropia e ecossistema de impacto no Ceará - Fortalezas e desafios". Entre os convidados que participaram das palestras esteve Marcos Tardin, gerente-geral da Fundação Demócrito Rocha (FDR) 

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