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Ceará bate Fortaleza nos pênaltis, conquista título cearense e impede hexa do rival
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Ceará bate Fortaleza nos pênaltis, conquista título cearense e impede hexa do rival

Vovô e Leão ficam no 1 a 1 no tempo regulamentar, e alvinegros levam a melhor nas penalidades, com brilho do goleiro Richard, que defende duas cobranças
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Jogadores do Vovô celebram o título
 (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Jogadores do Vovô celebram o título

Um Clássico-Rei sempre é um Clássico-Rei. Mas quando vale taça, o jogo fica diferente. Tudo fica diferente. A rivalidade aflora em seu máximo e a cidade para. As cores do preto-e-branco e vermelho-azul-e-branco se divergem pelas ruas do Estado e até aqueles que talvez nem gostem tanto de futebol reservam o momento para assistir. São estes confrontos que ficam marcados, são perpetuados entre gerações e viram música.

O Gigante da Boa Vista, como tinha que ser, completamente lotado. As provocações na arquibancada entre as torcidas rivais, que fizeram linda festa — os alvinegros com mosaicos e bandeirolas; os tricolores com diversas faixas verticais —, logo deram lugar para um total clima de tensão. A cada dividida, a cada chegada ao ataque ou lance perigoso, os semblantes de esperança ou medo apareciam.

E tanto Ceará quanto Fortaleza arrancaram tais reações de seus apaixonados torcedores. O Vovô, com Saulo Mineiro, carimbou a trave. Lucas Sasha, pelo lado do Leão, ficou cara a cara com Richard, mas parou na defesa do goleiro. Um duelo acirrado, mais aberto que o primeiro jogo. Cada espaço do campo era precioso, disputado e brigado.

 

As emoções mesmo, porém, estavam reservadas para o segundo tempo. Em menos de 20 minutos, dois gols e uma expulsão. O primeiro acontecimento, logo aos 3, veio dos pés do atacante Saulo Mineiro, do Vovô, em um golaço de fora da área. A alegria contagiante dos alvinegros, banhada por uma chuva de cerveja e água, durou pouco. Isso porque aos 11, Lucero, centroavante do Leão, estufou as redes de cabeça após escanteio.

A expulsão de Bruno Pacheco pelo segundo cartão amarelo, momentos após o empate do Fortaleza, resgatou e elevou a confiança do lado do Ceará, mas não desanimou os tricolores. Valente, o time do Pici se reorganizou defensivamente e suportou a pressão do Vovô, que ficou com a posse e rodou a bola na intermediária, mas sem objetividade.

O equilíbrio prevaleceu. O enredo, cruel com os torcedores, levou a decisão aos pênaltis. Na marca da cal, reviravoltas e emoção. João Ricardo defendeu os dois primeiros pênaltis de Matheus Felipe e Castilho, enquanto Richard pegou a cobrança de Pikachu, mas não evitou o chute de Zé Welison. A partir disso, as equipes foram alternando conversões. Até a vez de Tinga, ídolo do Fortaleza.

O capitão tricolor isolou. Era a chance do Ceará passar na frente. Rai Ramos, na última batida alvinegra, fez. Tudo ficou nos pés de Machuca. O jovem argentino precisava marcar para levar a disputa ás alternadas. Mas em sua frente tinha Richard, um goleiro que, em momentos decisivos, cresce. E ele cresceu, mais uma vez. A defesa do título do Ceará de um jogador que, certamente, está entre os maiores da posição da história do clube de Porangabuçu.

Fim de um jejum que durou cinco edições estaduais. O Ceará volta ao topo da hegemonia cearense, agora empatado com o Fortaleza em número de títulos. Uma conquista merecida, de um time que, mesmo diante de um contexto desfavorável — financeiramente e de elenco —, portou-se como protagonista.

Ressalva para o importante e belo trabalho de Vagner Mancini, que conquistou o bi cearense com o Alvinegro - também ganhou em 2011 - e resgatou uma identidade de futebol para o Vovô, tão esfacelada no último ano. O treinador, ao término do jogo, chorou e lembrou da mãe.

Este certamente será um jogo que ficará eternizado na história do Clássico-Rei.

Ceará 1(3)x(2)1 Fortaleza

Ceará
4-3-3: Richard; Raí Ramos, Ramon Menezes (David Ricardo), Matheus Felipe e Matheus Bahia (Paulo Victor); Richardson (Recalde), Lourenço e Lucas Mugni (Castilho); Aylon (Bruninho), Erick Pulga e Saulo Mineiro. Téc: Mancini

Fortaleza
3-5-2: João Ricardo; Brítez, Kuscevic e Titi; Tinga, Zé Welison, Hércules (Pikachu), Lucas Sasha (Pedro Augusto) e Bruno Pacheco; Marinho (Machuca) e Lucero (Moisés). Téc: Vojvoda

Local: Arena Castelão, em Fortaleza/CE
Data: 6/4/2024
Árbitro: Anderson Daronco-Fifa/RS
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse/SP e Michael Stanislau/RS
Gols: 2min/2T - Saulo Mineiro (CEA); 11min/2T - Lucero (FOR)
Cartões amarelos: Raí Ramos e Matheus Felipe (CEA); Yago Pikachu (FOR)
Cartão vermelho: Bruno Pacheco (FOR)
Público e renda: 57.100 presentes/R$ 2.109.117,00

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