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Carreata do título
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Carreata do título

celebração, que moveu cerca de 14 mil torcedores pela cidade, não teve a presença do elenco do Ceará
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Após as emoções vividas na grande final, os alvinegros foram às ruas da cidade para celebrar a importante conquista do Campeonato Cearense de 2024. A taça do Estadual desta temporada, 46º da história do Ceará, desfilou em um carro do Corpo de Bombeiros por diversos bairros entre a Arena Castelão e Porangabuçu neste domingo. A carreata mobilizou cerca de 14 mil torcedores do Vovô, que acompanharam o percurso de 10 quilômetros em carros, motos e bicicletas.

Os alvinegros, entretanto, não tiveram contato com os jogadores campeões. Isso porque, segundo a assessoria do clube, os atletas tiveram folga neste final de semana e muitos sequer estavam na capital cearense. Assim, sem a presença do elenco e comissão técnica, os torcedores se reuniram na sede do Vovô após a carreata, na avenida João Pessoa, onde foi montado um palco para show do grupo Pagode do TF.

A chuva e o tempo nublado não foram empecilhos para a festa. Na sede do Alvinegro, os torcedores exibiam com orgulho bandeiras e camisas do time. Diversas famílias com crianças, além de idosos e jovens casais, estiveram presentes. Para alguns, como Antônio José, o momento representou mais que apenas a comemoração de um título. Significou, também, a lembrança daqueles que já partiram — e a esperança para quem ainda está aqui e luta pela vida.

Antônio José saiu de Itapipoca, há mais de 147 quilômetros de Fortaleza, para fazer parte da festa. Emocionado, dedicou o título aos dois irmãos que já faleceram — ambos eram apaixonados pelo Ceará —, e para a sua mãe, que luta contra dois cânceres. Para ele, a conquista diante do Fortaleza, que impediu o hexa do rival e encerrou o jejum de estaduais do Vovô, foi o título mais importante da história do clube.

"A minha alegria é estar comemorando esse título, que não foi fácil. Eu dediquei primeiro à Deus, à minha mãe, que está lutando contra dois cânceres, e aos meus dois irmãos que eu perdi, o Chico e o Nailson, todos dois torcedores do Ceará. Foi o título mais importante em 109 anos. Parabéns para a torcida do Ceará, fez uma grande festa do começo até o fim. Não é fácil ser Ceará. É o ano todinho no sofrimento, mas que dá alegria no final. Vamos em frente e rumo ao acesso à Série A", contou.

Sorridente e sem se intimidar com a chuva, Walter Rodrigues estava "lavando a alma", como mesmo contou, após dias de angústia e ansiedade nos dias antecedentes à final entre Ceará e Fortaleza. O alvinegro de 27 anos relembrou o choro após a defesa de Richard nas penalidades, que garantiu o título ao Vovô, e da emoção carregada de alívio.

"Foi uma sensação indescritível. Nosso último título havia sido em 2018. Foi um jogo muito tenso, os dois jogos. Eu não consegui me concentrar direito na partida, estava muito ansioso. Os dias que antecederam também foram de muita ansiedade. Mas depois que o Ceará conquistou o Cearense, eu fiquei de alma lavada. Tirei um peso das costas. Era um entalo de cinco anos. Foi um choro de alívio", disse.

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