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CPI das Apostas Esportivas convoca árbitro Raphael Claus e chefe de arbitragem da CBF
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CPI das Apostas Esportivas convoca árbitro Raphael Claus e chefe de arbitragem da CBF

Juiz paulista, que tem escudo Fifa e esteve na Copa do Mundo do Catar, e Wilson Seneme serão ouvidos em sessão secreta no Senado, além de Daiani Muniz, árbitra de vídeo
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Raphael Claus apitou jogos na Copa do Mundo de 2022 (Foto: Alexandre Battibugli/Ag.Paulistão)
Foto: Alexandre Battibugli/Ag.Paulistão Raphael Claus apitou jogos na Copa do Mundo de 2022

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado Federal convocou novas autoridades para prestar depoimentos em sessão secreta. Os requerimentos foram apresentados pelos senadores Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da comissão; Eduardo Girão (Novo-CE), vice-presidente; Romário (PL-RJ), relator; e Carlos Portinho (PL-RJ).

Dentre os convocados estão Raphael Claus, árbitro da Fifa e presente na última Copa do Mundo, Daiane Muniz, assistente de vídeo (VAR) da Fifa, e Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.

Também foi convocado para a oitiva Glauber do Amaral Cunha, ex-árbitro de futebol citado por John Textor, dono da SAF do Botafogo, por suposto recebimento de propina. O empresário americano apresentou à CPI um áudio em que supostamente o juiz confessa ter recebido dinheiro para manipular lances de um jogo. Não se sabe ao certo qual é a partida envolvida.

Já a justificativa para a convocação de Claus e Daiane foi a quantidade de vezes que ambos foram escalados para atuar em conjunto como, respectivamente, árbitros de campo e de vídeo. De acordo com o requerimento do senador Jorge Kajuru, a dupla de arbitragem foi convocada em 11 partidas do Campeonato Brasileiro de 2023, algo que, segundo ele, aconteceu com outros juízes no máximo três vezes. Os dois teriam cometido erros em lances polêmicos de algumas partidas.

Claus foi escalado pela CBF para apitar o clássico entre Flamengo e Botafogo, no próximo domingo, 28, pela quarta rodada do Brasileirão. Na terça-feira, 23, o Alvinegro carioca enviou um ofício à entidade solicitando que o árbitro não apite o clássico e que seja afastado até o fim das investigações. Em seu depoimento à CPI, Textor citou supostos erros cometidos pelo juiz no jogo Botafogo 1x2 Flamengo, no ano passado, também pelo Brasileirão.

Ainda na terça, a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) publicou uma nota pedindo que CBF paralise o Campeonato Brasileiro por causa das denúncias de Textor sobre o suposto mau uso do VAR em determinadas partidas do ano passado — a Abrafut (Associação de Árbitros de futebol do Brasil) se pronunciou ressaltando ser a real representante dos árbitros no País e convidou o Sindicato dos Atletas para uma manifestação em conjunto.

Kajuru, presidente da CPI, endossou o discurso e concordou com a solicitação de paralisação. O senador Carlos Portinho, integrante da comissão, afirmou que o pensamento não reverbera entre os outros membros da comissão, tendo em vista que estão sendo analisadas partidas de competições anteriores.

Ainda de acordo com parlamentar, os indícios apresentados por Textor são "fortíssimos" e deveriam ter sido levados em consideração pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Para ele, não é correto "matar o mensageiro" porque isso desencoraja a apresentação de denúncias, e mesmo que os indícios apresentados pelo dono da SAF do Botafogo não virem provas, a Comissão pode ser importante para a criação de novos instrumentos para coibir a manipulação de resultados, um problema, segundo ele, que não está restrito somente ao Brasil.

A lista de convocados pela CPI:

  • Lane Gaviolle, presidente do Tombense Futebol Clube
  • Getúlio Marques Castilho, presidente do Londrina Esporte Clube
  • Felipe Augusto Lyra Carreras, deputado federal
  • Thairo Arruda, CEO do Botafogo
  • Representante da empresa SportRadar
  • Glauber do Amaral Cunha, ex-árbitro de futebol
  • Daiane Caroline Muniz, árbitra de futebol
  • Raphael Claus, árbitro de futebol do quadro da CBF
  • Hélio Santos Menezes Junior, diretor de Governança e Conformidade da CBF
  • Wilson Luiz Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF
  • Eduardo Gussem, oficial de Integridade da CBF
  • Felippe Marchetti, representante da empresa SportRadar AG
  • Tiago Horta Barbosa, chefe de Integridade para a América Latina da empresa Genius Sports
  • Emanuel Macedo de Medeiros, presidente da Sport Integrity Global Alliance - SIGA Latin America
  • José Perdiz de Jesus, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva - STJD
  • Régis Anderson Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda
  • Ronaldo Botelho Piacente, procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD)

Representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), do Novo Basquete Brasil (NBB), da Federação Internacional de Basquete (FIBA), da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

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