Após temporadas recentes de frustração com centroavantes pouco efetivos, a torcida do Ceará revigorou sua esperança neste ano com a chegada de Facundo Barceló, atacante estrangeiro fora do radar do mercado nacional e que foi contratado após um minucioso processo de análise do clube. O uruguaio, apesar da expectativa inicial, não conseguiu se firmar nos primeiros meses, mas tem conquistado seu espaço.
Nos nove primeiros jogos do Vovô na temporada, Mancini escalou Barceló como titular apenas duas vezes, contra a Juazeirense-BA, quando o uruguaio fez sua estreia com a camisa alvinegra e marcou um gol, e diante do Náutico.
Em ambos os duelos, válidos pela Copa do Nordeste, o treinador optou pelo time reserva. Nas demais partidas deste recorte, o uruguaio entrou no decorrer do segundo tempo ou não foi utilizado.
Entre essas partidas entrando na etapa final, veio o gol salvador contra o Ferroviário, que garantiu a vitória por 3 a 2 no primeiro jogo da semifinal do Campeonato Cearense e rendeu a Barceló a primeira sequência como titular. O uruguaio, entretanto, não marcou gols e não se firmou. Consequentemente, voltou a amargar o banco de reservas, tornando-se a terceira opção da posição — atrás de Saulo Mineiro e Recalde.
Nos cinco jogos subsequentes ao confronto de ida da final do Cearense, em que foi titular contra o Fortaleza, Barceló contabilizou apenas 18 minutos em campo. Neste intervalo, viu Saulo Mineiro se lesionar e Recalde assumir a titularidade como centroavante da equipe, função na qual o paraguaio não conseguiu corresponder. Com a “brecha” no setor, Mancini apostou novamente no camisa 31, que, desta vez, aproveitou.
Aliado à disposição que demonstra em campo, Barceló fez o que a posição exige: oportunismo e gols. Nos últimos dois embates do Vovô na Série B, contra CRB e Novorizontino, foi titular e marcou gols em ambos em jogadas de apenas um toque na bola.
A “dobradinha” com Recalde, agora como meia, também passou a funcionar e os dois cresceram de rendimento mutuamente. Contra o Galo da Praia, inclusive, o primeiro tento do Vovô foi construído pela dupla — passe do paraguaio e finalização do uruguaio.
Com quatro gols pelo Ceará, Barceló tem crescido no ranking interno de artilheiros do clube em 2024. O centroavante, que atualmente é o terceiro maior goleador do time, encostou em Aylon, que ocupa o segundo lugar, com cinco tentos anotados. O primeiro segue sendo Erick Pulga, com nove bolas na rede, mas com um jejum de quase 45 dias sem marcar.