A reprovação do novo estatuto do Ceará não significou o fim da linha aos torcedores e conselheiros que desejam que pontos do documento que rege o clube sejam mudados.
Na última sexta-feira, 21, em documento assinado junto ao presidente do Conselho Deliberativo, Herbet Gonçalves, o mandatário do Vovô, João Paulo Silva, anunciou a formação de uma comissão temporária com o único intuito de elaborar novamente uma nova carta-magna com a finalidade da inclusão do sócio-torcedor no processo democrático da eleição da diretoria executiva.
O desejo pela união de oposição e situação já havia sido expressado pelo presidente alvinegro em conversa com a imprensa durante a semana, quando ele acentuou a necessidade de atualização do estatuto e harmonia entre as duas alas.
"Sei que na cabeça de muitos tem oposição e situação, mas eu não quero ver dessa forma. Tem muita gente boa de ambos os lados, pessoas inteligentes, e que possamos acabar com isso de uma vez por todas e modernizar esse estatuto, porque há essa necessidade. Temos que nos sentar porque não pode só um lado decidir. Tem que ter consenso entre as partes e maturidade", ressaltou ele.
A comissão será formada pelos conselheiros: Erick Freitas, Evaldo Holanda, Francisco Rogério Facundo, Nilo Saraiva, Pedro Mapurunga e Raimundo Pinheiro Filho. Eles devem concluir um novo texto final até o dia 15 de julho e convocar uma plenária e assembleia conjunta num prazo de três dias após a data.
Além de falar sobre o novo estatuto, João Paulo também conversou sobre a situação financeira atual do clube. Em março deste ano, o Ceará chegou a ser proibido de fazer contratações (transferban) como punição pelas dívidas em atraso com o Yokohama.
De acordo com o dirigente, o quadro financeiro do clube se mostra estável. Até julho, o time pagará a última parcela da dívida referente à compra dos direitos econômicos de Saulo Mineiro. O valor total da aquisição é de 600 mil dólares (R$ 3,1 milhões na cotação da época).
Ademais o débito a ser quitado, o Vovô segue pagando o Atlético-MG pela compra do meia Guilherme Castilho. O Galo ainda tem cerca de R$ 3,6 milhões a receber do Alvinegro. O valor total da negociação foi de R$ 9,6 milhões.
O presidente alvinegro falou ainda sobre os direitos econômicos do atacante Erick Pulga. Atualmente, o Ceará possui 40% dos direitos do jogador e chegou a tentar aumentar a sua porcentagem em negociação com o Ferroviário, mas não obteve sucesso.
Sobre a venda do jogador, João Paulo declarou não estar disponível para negociação neste ano. Alguns clubes já demonstraram interesse no atleta, entre eles o Corinthians. (Com Lara Santos/Especial para O POVO)