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Sem brio, Ceará perde para o Santos no Castelão em estreia de Léo Condé
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Sem brio, Ceará perde para o Santos no Castelão em estreia de Léo Condé

Com o resultado negativo, o Vovô segue fora do G4 da Série B. A equipe alvinegra agora fará dois jogos fora de casa, contra Paysandu e Avaí
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Erick Pulga e Aderlan disputam lance no jogo
 (Foto: Davi Rocha/Especial para O POVO)
Foto: Davi Rocha/Especial para O POVO Erick Pulga e Aderlan disputam lance no jogo

Em noite sem brio e com um jogador a mais, o Ceará foi derrotado pelo Santos por 1 a 0, ontem, na Arena Castelão, em confronto válido pela 14ª rodada da Série B. O revés — o quarto da equipe nos últimos seis jogos — marcou a primeira partida de Léo Condé à frente do Vovô e pôs fim à invencibilidade da equipe como mandante no torneio nacional.

Sem muito tempo de treino, a estreia do comandante acabou sendo um retrato do que vinha sendo o Alvinegro com Vagner Mancini: um time pragmático, de pouca intensidade e quase nenhuma criatividade com a bola no pé. O novo treinador do Vovô manteve a estrutura tática do time no 4-3-3, mas não conseguiu fazer com que a equipe reproduzisse sua identidade em campo — o que naturalmente demanda tempo de trabalho.

No primeiro tempo, a atuação foi ruim. Mesmo jogando em casa e com a boa presença de torcedores, o Vovô se mostrou, mais uma vez, burocrático e que não pressiona o adversário. A previsibilidade nas articulações com a bola, em sua maior parte acionando Erick Pulga pela esquerda, facilitou a marcação do Santos. O excesso de erros nos passes foi outro corriqueiro fator presente.

Ainda assim, foi possível notar alguns ajustes de posicionamento no time. Pulga, por exemplo, passou a ter maior suporte de Matheus Bahia e Lucas Mugni na faixa esquerda do campo, o que proporcionou algumas triangulações e tentativas de jogadas em profundidade. Em jogos anteriores, o atacante sofreu por ficar isolado contra dois e até três defensores rivais, sem nenhum apoio.

Defensivamente, Condé evitou expor a equipe sem necessidade. Diferente do que pregava Mancini, os zagueiros mantiveram-se atrás do meio-campo, sem subidas excessivas para tentar construir jogadas ou dar o “bote” muito longe da grande área, evitando espaços nas costas da defesa. Não à toa, o Alvinegro pouco sofreu. O gol do Santos, aos 23 minutos, aconteceu em bola parada, uma falta cobrada por Otero que contou com falha de Richard.

O Ceará, por outro lado, não teve a mesma competência nas raras chances que criou para balançar as redes. Pulga e Aylon, por duas oportunidades, ficaram cara a cara contra o goleiro Brazão, mas não fizeram. Saulo Mineiro, em finalização já nos acréscimos, assustou.

O cenário no segundo tempo não mudou. O Santos, confortável com o 1 a 0, se agarrou na vantagem e se fechou na defesa. O Ceará, sem demonstrar ânimo para reverter o placar, seguiu sendo uma equipe inofensiva. Passes lentos e sem objetividade foram a tônica do Vovô na etapa final. O marasmo de ideias táticas também tomou conta da equipe, potencializado pela péssima noite individual dos jogadores do meio e do ataque.

Nem quando Rodrigo Garro foi expulso, deixando o Peixe com um a menos, o Ceará conseguiu “inflamar” o jogo. Pelo contrário. Conforme os minutos foram passando, o conformismo pela derrota parecia aumentar. A quantidade de equívocos em tomadas de decisões dos atletas do time cearense tornou a busca pelo empate uma missão ainda mais difícil.

Chamou a atenção negativamente a dificuldade dos atletas do Ceará em executar movimentos e passes por mais simples que fossem. O único momento em que a torcida alvinegra criou um fio de esperança pelo empate foi na marcação do pênalti sobre Aylon aos 37 minutos, mas que foi corretamente anulado com auxílio do VAR. No fim, o resultado reforçou os diversos problemas do Vovô e expôs a difícil missão que Condé terá pela frente em Porangabuçu.

Ceará 0x1 Santos

Ceará
4-3-3: Richard; Rafael Ramos (Rai Ramos), Matheus Felipe, David Ricardo e Matheus Bahia (Paulo Victor); De Lucca (Kaique), Lourenço e Mugni (Castilho); Erick Pulga, Saulo Mineiro e Aylon (Caio Rafael). Téc: Léo Condé

Santos
4-3-3: Gabriel Brazão; Aderlan (Rodrigo Ferreira), Gil, Jair Cunha e Gonzalo Escobar; Sandry (Hyan), Diego Pituca e Giuliano (Serginho); Pedrinho (Alex), Furch (Willian) e Otero (JP Chermont). Téc: Fábio Carille

Local: Arena Castelão, em Fortaleza/CE
Data: 5/7/2024
Árbitro: Emerson Ricardo de Almeida/BA
Assistentes: Paulo de Tarso Bregalda/BA e Ledes Jose Coutinho/BA
Gol: 23min/1ºT - Otero
Cartões amarelos: Lourenço (CEA); Aderlan, Jair, Sandry, Gabriel Brazão e Pedrinho (SAN)
Cartão vermelho: Rodrigo Ferreira (SAN)
Público e renda: 30.171 presentes/R$ 558.119,00

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