O Ceará foi derrotado pelo Paysandu por 2 a 1, na noite de ontem, no estádio da Curuzu, em Belém (PA), e amargou novo revés como visitante na Série B. Com o resultado, o Alvinegro se manteve com 19 pontos e segue sem conseguir se aproximar da zona de acesso à Primeira Divisão.
Diferentemente da estreia, quando teve poucos dias de treinamento, desta vez Léo Condé contou com uma semana livre de preparação para o duelo contra o Paysandu, contexto que elevou as expectativas por um Ceará diferente — e isso incluía questões táticas, de postura e confiança. Com a bola rolando na Curuzu, viu-se um Vovô ainda com muitos problemas defensivos, mas com maior consciência e objetividade com a posse.
O início de jogo não foi nada positivo. Com menos de dois minutos, a temida “lei do ex” apareceu em Belém. No lance, Cazares aproveitou a desorganizada tentativa de linha de impedimento da defesa alvinegra, recebeu livre na ponta-direita e cruzou para Nicolas, que, de voleio, abriu o placar. O atacante atuou pelo Vovô na última temporada e não deixou saudades.
Foi o 11º gol sofrido pelo Ceará nos últimos sete jogos — que virou 12 após o Papão ampliar no fim —, marca que expõe a péssima fase de praticamente todos que compõem o setor. Nem mesmo Richard, que costuma ser decisivo, tem passado confiança. Nos momentos em que os donos da casa aumentaram o ritmo ofensivo, sobretudo com bola área, o Vovô passou sufoco.
Em contraponto, o Alvinegro se mostrou mais organizado na fase de construção. Com a bola no pé, acelerou as jogadas e conseguiu quebrar as linhas do Papão com triangulações buscando a linha de fundo — quase sempre pela esquerda com Matheus Bahia, Pulga e Mugni. No geral, o Vovô teve atuação superior ao Bicolor na etapa inicial. O golaço de Rafael Ramos aos 35 minutos, em lindo chute de fora da área, deixou o placar justo antes do intervalo.
No segundo tempo, Léo Condé mudou a estratégia e a estrutura do Ceará. Recuou Jean Irmer para atuar como terceiro zagueiro, baixou o bloco de marcação e atraiu o Paysandu para seu campo. A ideia travou o Bicolor e proporcionou boas situações para que o Vovô contra-atacasse. Foram pelo menos quatro transições em que o trio ofensivo ficou em ótimas condições para balançar as redes, mas faltou capricho.
O desempenho na etapa final do Ceará não foi ruim. Novamente, assim como no primeiro tempo, o Alvinegro jogou melhor que o rival. Mas isso não basta. O fato de não aproveitar as chances criadas foi punido com um gol do Paysandu aos 40 minutos, em chute de fora da área — de local semelhante ao tento marcado por Rafael Ramos. Cenário semelhante a outros jogos, como nas derrotas para o Vila Nova e Brusque.
Segunda derrota seguida do Ceará sob o comando de Léo Condé e a quinta nos últimos sete jogos. Assim, o Ceará vai perdendo fôlego na competição, em que já chegou a integrar o G-4 e atualmente é apenas o 13º colocado.
Paysandu
4-4-2: Diogo Silva; Edílson (Michel Macedo), Lucas Maia, Carlão e Kevyn; João Vieira, Leandro Vilela (Val Soares), Cazares (Netinho) e Esli García (Paulinho Bóia); Nicolas e Jean Dias (Edinho). Téc: Guilherme dos Anjos
Ceará
4-3-3: Richard; Rafael Ramos, Matheus Felipe, Ramon e Matheus Bahia (Paulo Victor); Jean Irmer (Recalde), De Lucca e Mugni (Richardson); Erick Pulga, Saulo Mineiro e Aylon (Barceló). Téc: Léo Condé
Local: Estádio da Curuzu, em Belém/PA
Data: 12/7/2024
Árbitro: Paulo Belence Alves dos Prazeres Filho/PE
Assistentes: Fernanda Kruger-Fifa/MT e Bruno César Chaves Vieira/PE
Gols: 1min/1ºT - Nicolas e 41min/2ºT - Val Soares (PAY); 35min/1ºT - Rafael Ramos (CEA)
Cartões amarelos: Diogo Silva, Kevyn e Jean Dias (PAY); Saulo Mineiro e Pulga (CEA)