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Garçom do Fortaleza, Pochettino destaca parceria com Lucero e enaltece Vojvoda
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Garçom do Fortaleza, Pochettino destaca parceria com Lucero e enaltece Vojvoda

Líder de assistências da Série A, meia argentino evita empolgação com boa fase, fala da relação dentro e fora de campo com o atacante e exalta o trabalho do treinador
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Pochettino tem sido protagonista em bom momento do Leão
 (Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC)
Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC Pochettino tem sido protagonista em bom momento do Leão

Pouco afeito aos holofotes, o argentino Tomás Pochettino vive o momento de maior destaque no Fortaleza com os pés no chão e a cabeça no lugar, a exemplo do que fazia na época das críticas. O dono da camisa 7 do Tricolor assumiu o papel de garçom do time e também tem número relevante de assistências a nível nacional, principalmente pela dobradinha de sucesso com o compatriota Juan Martín Lucero.

Na última terça-feira, 9, no intervalo entre as vitórias sobre Fluminense (1 a 0) e Flamengo (2 a 1) — o jogador deu passe para El Gato balançar as redes em ambas —, Poche, como é chamado no Pici, conversou com O POVO sobre a boa fase, a parceria com o camisa 9 e o trabalho da comissão técnica. O espanhol ainda é o idioma dominante, mas, depois de um ano e meio, o meia também já se arrisca no português, chamando a legião estrangeira do clube de "gringos".

Homem de confiança do técnico Juan Pablo Vojvoda, que o indicou e o convidou a defender o Leão, em 2023, o meio-campista de 28 anos já disputou 107 partidas pelo clube, anotou nove gols e serviu os companheiros em 22 ocasiões, no total. Os números evidenciam que a prioridade é deixar os atacantes em boas condições de marcar.

"Não sei se prefiro isso, mas é algo meu, de que primeiro olho se tenho um passe e depois penso em chutar a gol. Muitas vezes me falam que tenho que ser mais egoísta e pensar mais em chutar, mas é minha forma de jogar e é difícil de trocar isso. Desde criança sou assim. Mas também gostaria de fazer muitos gols e tem muitas vezes que posso chutar à trave e dou assistência a um companheiro. Tomara que tenha mais chutes e mais gols", avaliou.

Com cinco assistências no Brasileirão, Pochettino lidera o quesito ao lado de Pedro, do Flamengo, e Jean Lucas, do Bahia. O argentino também está no topo da lista geral de 2024 do futebol nacional, empatado com Shaylon, do Atlético-GO. Outrora coadjuvante, agora o camisa 7 é protagonista e decisivo no bom momento tricolor, o que pouco mexe com o ego dele.

"Com o torcedor é como todos: quando você vai mal, te xingam; quando vai bem, você é o melhor. Então tem que encontrar um equilíbrio de nunca achar que é o pior do mundo, o pior jogador do time, e tampouco tem que acreditar que é o melhor jogador do time. Sempre tendo um equilíbrio, não olhar muito redes sociais, porque senão a cabeça do jogador bagunça um pouco", ponderou.

Lucero, artilheiro do Tricolor na temporada, tem sido quem mais aproveita os passes de Pochettino. A relação fora dos campos e o período em que já atuam juntos facilitam o entrosamento, apesar de o meia não pretender repetir a tradicional comemoração de El Gato. "(risos) Não, não fiz nunca. Que ele faça sozinho", esquivou-se, com bom humor.

"Sim, nos concentramos juntos no quarto, falamos o tempo todo, brincamos. Já nos conhecemos muito, já passamos um tempo juntos aqui e é mais do que a relação entre um meia e um artilheiro. Sei que o movimento do Gato, para onde vai se mover, ele me exige (a bola), pede para olhar o que vai fazer. Já dependo dele, se faz gol ou não na minha assistência (risos), mas é algo bom para ele e para mim. Estamos dando o melhor e ajudando dentro de campo para conquistar a vitória para a equipe. Temos uma relação muito boa e isso se nota dentro de campo também", contou.

A dobradinha argentina entre Vojvoda e Pochettino também tem sido positiva para o camisa 7. O treinador e o meio-campista já se conheciam desde o Talleres-ARG e reeditam a parceria no Pici. O jogador não esconde a admiração pelo comandante e aponta os motivos para o sucesso do trabalho longevo.

"Se trabalha muito e Vojvoda faz isso também, de apoiar a equipe, nunca soltar a mão de algum jogador, sempre fala que tem a sala dele para falar o que quiser. Se um jogador disser: 'Por que não estou jogando? O que falta para isso?'. Ele sempre faz o jogador saber que está disponível para escutar e aconselhar. Ele também sempre me fala para deixar ele ajudar a melhorar. Tem muito jogador por aí que pensa que já tem tudo e não escuta o professor. Ele diz: 'Me deixa te ajudar a ser melhor'. É isso que tem Juan Pablo, que também tem muita relação com os jogadores, não é tão distante, e isso para o jogador é muito importante. No momento ruim, ele fala: 'Pode melhorar isso'. E também cada treinamento tem muita intensidade, o jogador acredita nele", apontou.

Com Mateus Moura

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