A menos de duas semanas para a abertura dos Jogos Olímpicos, os atletas brasileiros vivem a expectativa de conquistar uma medalha e marcar o nome na história. Entre os 277 classificados — sendo 153 mulheres e 124 homens —, cinco irão representar o Ceará em Paris.
Manoel Messias e Vittoria Lopes, no triatlo; Matheus Lima, no atletismo; Thiago Monteiro, no tênis; e Adriana Cardoso, no handebol, são os nomes que levam consigo as origens das terras alencarinas.
Destaque no tênis nacional, Thiago Monteiro comentou, em entrevista ao O POVO, sobre a expectativa para os Jogos de Paris. “As Olimpíadas eram um grande objetivo no ano. É a realização de um sonho. Eu participei em Tóquio, mas foi uma experiência limitada, não tinha público”, pontuou.
Nas Olimpíadas do Japão, realizadas em 2021 ainda durante a pandemia de Covid-19, cearense caiu logo na estreia, quando foi derrotado pelo alemão Jan-Lennard Struff por 2 sets a 0.
Para a edição deste ano, Monteiro chega com um bronze conquistado nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023. “Eu esperava ir bem, estava bem preparado, tinha feita boas semanas antes. Eu gosto de jogar em Santiago. Escapou na semifinal a possibilidade de tentar o ouro”, lamentou.
No esporte coletivo, Adriana Cardoso esperar representar bem o Ceará nas quadras e ajudar o Brasil a fazer uma boa campanha em Paris. "É sempre uma honra e orgulho poder representar o meu país e meu Estado. Ainda mais em um evento esportivo dessa magnitude. É poder realizar um sonho. Faz um tempo que eu saí do Ceará, mas o Ceará está dentro de mim e levo ele comigo a tudo que vou", celebrou.
"As expectativas para os Jogos são as melhores. Temos um grupo com uma mescla de experiência e juventude, o que acredito que nos deixa mais fortes, frescas e com vontade de ir o mais longe possível no torneio", completou a jogadora de handebol.
A abertura da 33ª edição das Olimpíadas está marcada para o próximo dia 26 e ocorrerá no Rio Sena. O evento seguirá até o dia 11 agosto e contará com mais de 10 mil atletas de diferentes países.
Especialista em esportes olímpicos e colunista do O POVO, o jornalista Marcelo Romano analisou as possibilidades do quinteto cearense nos Jogos de Paris. Na avaliação dele, as chances de medalha são bastante improváveis.
Romano destaca o crescimento de Matheus Lima neste ano, mas não a ponto de projetar pódio. "Ele tem o 17º melhor tempo de 2024 e despontou nesta temporada. O objetivo é passar primeiro da eliminatória e terminar entre os 12 melhores. É difícil conseguir uma vaga entre os finalistas, que são oito", explica.
O caminho da seleção brasileira feminina de handebol, de Adriana Cardoso, é considerado difícil e tem um jogo chave para a classificação na estreia. O Brasil está num grupo com França e Holanda, duas potências do esporte; Espanha, que costuma vencer a Canarinho nos principais torneios; Hungria e Angola.
"Classificam quatro seleções. O Brasil tem que vencer Angola. A Hungria é um jogo que dá para vencer. Sobre a Espanha, tem a eterna freguesia, mas a seleção espanhola foi mal no Mundial do ano passado. E o jogo de estreia (contra a Espanha) é fundamental para o Brasil até ficar mais tranquilo se vencer. O objetivo é passar da primeira fase", analisou.
No triatlo, Manoel Messias, nº 14 do ranking, pode brigar por um top-10. Segundo Romano, o cearense tem feito temporadas regulares. Já Vittoria Lopes (nº 29), caso consiga ficar entre as 15 melhores, terá alcançado um resultado excepcional na carreira.
No tênis, Thiago Monteiro é o atual 85º do ranking do mundial. "Se tiver um sorteio favorável, ele vai conseguir vencer uma partida, mas não deve ir muito longe", avaliou Romano.
(Com Lucas Mota)