O Brasil conquistou mais uma medalha no skate nesta Olimpíada de Paris-2024. Depois de Rayssa Leal faturar o bronze no street feminino, Augusto Akio repetiu o feito no park masculino, ontem. Pedro Barros, medalhista de prata nos Jogos de Tóquio, e Luigi Cini também disputaram a final, sem conseguir a vaga no pódio.
Trata-se da 14ª medalha brasileira nesta edição da Olimpíada, sendo a segunda no skate. No total, o Brasil soma agora cinco pódios na modalidade, incluindo Tóquio, quando o skate passou a fazer parte do programa olímpico.
Augusto Akio, mais conhecido como Japinha, obteve 91,85 como melhor nota em suas três tentativas na final do Park. Só foi superado pelo australiano Keegan Palmer, medalhista de ouro, com 93,11, e pelo americano Tom Schaar, com 92,23. Atual campeão olímpico, Palmer confirmou o favoritismo e se sagrou bicampeão ao buscar o primeiro lugar logo em sua primeira volta.
Depois de ser vice-campeão olímpico há três anos, Pedro Barros passou perto de subir ao pódio novamente. Ele terminou em quarto lugar, com 91,65. Luigi Cini ficou em sétimo entre os oito finalistas, com 76,89.
Os skatistas sabiam que precisariam arriscar para conseguirem subir ao pódio devido a qualidade dos adversários e por isso a final foi marcada por muitas quedas. O brasileiro Luigi Cini, por exemplo, não conseguiu completar nenhuma volta.
A conquista da medalha de bronze coroou um período de sacrifícios que acompanhou a preparação de Augusto Akio em busca do objetivo do pódio na capital francesa. Também conhecido como Japinha, o skatista brasileiro retratou a emoção de deixar a competição com o sentimento de dever cumprido
"Eu cheguei por muito esforço. O tratamento de eletroacupuntura impediu que eu ficasse muito tempo afastado do esporte. Estou aqui por todos que me deram oportunidade para fazer o que mais amo na vida e o que faço melhor", afirmou Japinha logo após a conquista em entrevista à TV Globo.
Atleta carismático, ele tem uma marca pessoal em sua apresentação: jogar malabares. O skatista explicou a origem dessa peculiaridade e revelou que essa habilidade tem uma relação direta com um momento difícil de sua vida esportiva.
"Tudo começou em uma fase complicada. Estava disputando uma campeonato fora do país e acabei contundindo os adutores da coxa. Andava com dificuldade e mal sabia quando poderia voltar a andar de skate. A recuperação estava bem lenta e procurei me encontrar em alguma coisa. Foi quando me inspirei em um artista de rua", disse Japinha.
O que parecia uma brincadeira teve um "efeito terapêutico" para o atleta, que fez dos malabares, uma parte da sua rotina. "Os malabares já viraram parte de mim. Se saio de casa sem, é como se saísse sem skate", comentou.
Ao final, ele fez questão de fazer um agradecimento às pessoas que o ajudaram a viver esse momento tão especial. "É agradecer a todos que, mesmo indiretamente, fizeram parte desta caminhada. Essa medalha também é para os organizadores de eventos que fizeram campeonatos de skate que eu participo desde criança. Eles me construíram como atleta".