O mundo se despediu oficialmente da Olimpíada ontem, com o encerramento da 33ª edição do maior evento poliesportivo mundial. O quadro de medalhas do Brasil pode não ter sido o mais recheado, mas, certamente, foi histórico para o País dentre todos os Jogos Olímpicos, muito devido às atletas brasileiras, que brilharam tanto quanto as medalhas reluzentes alcançadas em Paris.
Antes mesmo do começo, as mulheres já faziam história. Esta foi a primeira vez que as representantes femininas da delegação brasileira foram maioria — as 154 atletas representaram 55% do Time Brasil, que levou 277 competidores a Paris.
Com 20 medalhas conquistadas — três de ouro, sete de prata e dez de bronze —, a delegação brasileira ficou em 20º no ranking geral. Do total de pódios, 12 foram conquistados por mulheres, além da medalha de bronze nas equipes mistas do judô.
Subchefe da Missão Paris-2024 e gerente de planejamento e desempenho esportivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Mariana Mello comentou sobre o desempenho feminino na Olimpíada. “Há dois ciclos olímpicos, após ser identificada uma oportunidade de crescimento do esporte feminino, o COB começou a investir especificamente nas mulheres. O que vimos aqui em Paris no esporte também reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo”, pontuou.
Quando se trata de medalha de ouro em Paris, apenas elas alcançaram o lugar mais alto no pódio: Rebeca Andrade, na ginástica artística; Beatriz Souza, no judô; e Ana Patrícia e Duda, no vôlei de praia.
A judoca medalhista de ouro comemorou a estreia olímpica com dois pódios — no individual e na disputa por equipes mistas. “Que emoção viver tudo o que estou vivendo aqui nos Jogos Olímpicos de Paris, uma conquista gigante na minha história, só tenho que agradecer”, escreveu Beatriz Souza e sua rede social.
Rebeca Andrade, que se tornou a maior medalhista brasileira na história das Olimpíadas — ela subiu seis vezes em pódios olímpicos —, também comentou o orgulho em Paris.
“É subir no pódio para receber a sua medalha e se orgulhar independente da cor, porque só você sabe o que precisou enfrentar para chegar ali. É subir no pódio da vida depois de ter dado o seu máximo e viver uma Olimpíada! Tudo é resultado e é sempre um passo para crescer cada vez mais, mesmo que você não tenha alcançado o seu objetivo final”, escreveu a atleta.
A representatividade feminina nesta Olimpíada não pode ser mensurada apenas em números. Beatriz Souza, por exemplo, tornou-se a primeira brasileira estreante em Jogos Olímpicos a ganhar uma medalha de ouro em um esporte individual. Rebeca Andrade derrotou Simone Biles, uma das maiores atletas do mundo, para chegar ao seu título olímpico e foi reverenciada por adversárias e personalidades no planeta inteiro. A dupla do vôlei não perdeu um jogo sequer durante toda a Olimpíada.
São muitos os fatores que tornam as mulheres medalhistas de Paris inspirações para uma geração de meninas que sonha em representar o Brasil e se tornar uma campeã olímpica.