Em um mundo cada vez mais globalizado, o futebol não ficaria de fora. No Fortaleza, por exemplo, nove jogadores estrangeiros compõe o elenco. Ao lado deles, um cearense, recém-chegado, mas velho conhecido, vem se destacando e conquistando a confiança de Juan Pablo Vojvoda: Felipe Jonatan.
Nascido na Capital, o lateral-esquerdo retornou ao clube leonino em 2024 depois de cinco temporadas atuando no Santos. O camisa 36 iniciou sua trajetória nas categorias de base do Tricolor. Em saída conturbada — e a contragosto —, foi para o Ceará e, pelo desempenho, seguiu rumo ao Peixe.
O desejo e o sonho de retornar ao Pici sempre estiveram presentes. Não só nele, mas em toda família, como o defensor revelou em entrevista exclusiva ao O POVO. Mas o retorno não foi fácil e só se deu depois de quatro tentativas.
"A primeira tentativa foi em 2019, com o Rogério Ceni, assim que eu saí do Ceará e cheguei (ao Santos). Tive um problema com adaptação no começo, era muito jovem e teve o convite através do Daniel (de Paula Pessoa, gerente de futebol do Fortaleza), um dos dirigentes. Ele me ligou perguntando se tinha interesse em voltar para o Fortaleza e eu falei que não, já que tinha acabado de sair e queria concluir objetivos no Santos", explicou Felipe.
Depois de uma conversa inicial frustrada, ambas as partes seguiram insistindo. Na outra vez, não foi Ceni, mas Vojvoda quem entrou em ação para tentar trazer o defensor. Para Felipe o que contava era realizar a vontade de seu avô José Maria, já falecido, de atuar no time profissional do Fortaleza.
"Em 2022, o professor Vojvoda me ligou, pois o (Juninho) Capixaba havia saído no final da temporada e foi bem na época da Copa (do Mundo). Naquele momento, eu achei que aconteceria algo. E, agora, em 2023 teve no final do ano. Sempre tinha pressão da família. Mas eu sempre falava que ia realizar o sonho do meu avô de jogar no Fortaleza. Hoje estou aqui depois da quarta tentativa", recordou.
Durante os vários períodos de negociação, Felipe revelou que havia cobrança dentro de casa para poder fechar negócio. "A pressão está aqui (apontou para o pai). A gente sempre conversava sobre o Fortaleza. O time está em outro nível e os números têm demonstrado isso. Ano após ano, o Fortaleza tem se tornado protagonista nos campeonatos, chegou na Libertadores. Eu, como cearense, acompanhava", destacou.
Há mais de quatro meses no Tricolor, Felipe Jonatan relembrou a emoção da estreia, no dia 28 de abril, no empate em 1 a 1 com o RB Bragantino, pela Série A, no Castelão — e com a presença dos familiares no estádio.
"Entrar no campo, no Castelão, com meus filhos, voltando para minha cidade, com minha família toda presente, eu fiquei muito emocionado. Veio a lembrança do meu avô, porque era um sonho dele e ele não estava presente. Aquele jogo ficou muito emblemático para mim", finalizou.