O Ceará sofreu a décima derrota na atual edição da Série B ao perder para o Coritiba por 3 a 1, na última quarta-feira, 18, e reduziu as chances de acesso à elite nacional. O número de reveses, inclusive, é superior no comparativo entre as campanhas de 2023 e 2024 após a 27ª rodada.
No ano passado, o Vovô tinha 41 pontos, estando a quatro do G-4. Em 27 jogos, havia registrado 11 vitórias, oito empates e oito derrotas, com 30 gols marcados e 27 sofridos.
Nesta temporada, a distância para a zona de acesso é a mesma, de quatro pontos, embora o Alvinegro tenha sofrido mais reveses. Ao todo, foram dez derrotas em 27 partidas. O número de triunfos é igual, com 11, enquanto as igualdades caíram de oito para seis. A pontuação é inferior: 39.
A sequência sem vitórias resultou em uma diminuição significativa da probabilidade de retorno à Série A. Após a 25ª rodada, quando venceu o Operário-PR, o Ceará alcançou 34% de chance. De lá para cá, o número caiu em quase 20%, totalizando, hoje, 14,6% de possibilidade de ascender de divisão, de acordo com o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“É difícil, mas ainda é totalmente possível a gente continuar nessa briga. Das próximas quatro partidas, três serão no Castelão e temos uma possibilidade boa de pontuar. Então pedimos o apoio e a compreensão da torcida para que o Ceará possa se manter na briga”, pontuou o técnico Léo Condé, em entrevista coletiva após o confronto no Couto Pereira.
Com 11 rodadas a disputar, a possibilidade de acesso ainda está viva para o Vovô. Entretanto, precisará conquistar, no mínimo, mais 25 pontos, ou seja, oito vitórias e um empate. Se alcançar os 64 pontos, o Ceará terá 99,7% de estar no G-4 ao fim da competição.
Até o final da Série B, o Vovô disputará seis partidas como mandante e cinco como visitante. Inclusive, as próximas duas rodadas serão na Arena Castelão, contra Vila Nova e Brusque, onde o Ceará conquistou 69,2% dos pontos da Série B (27 de 39). Léo Condé idealiza que a equipe tenha 100% de aproveitamento em solo cearense.
Para isso, precisará encontrar o equilíbrio entre os setores defensivo e ofensivo. Na atual edição da Segundona, o Alvinegro já sofreu 35 gols, tendo a quarta pior defesa do certame, com média de 1,2 tento por jogo. Já o ataque é o melhor da divisão, com 41 bolas nas redes.
"Realmente é algo que temos que equilibrar, essa questão do ataque e defesa, e espero que seja o quanto antes para que a gente possa se manter vivo na disputa pelo acesso", ponderou o comandante do Ceará.
Ceará sofreu 2 ou mais gols em mais da metade dos jogos como visitante na Série B
A derrota por 3 a 1 para o Coritiba aumentou uma marca negativa para o setor defensivo do Ceará no Campeonato Brasileiro Série B. Para além do resultado, que distanciou o Vovô da zona de acesso, a defesa repetiu o feito de tomar dois ou mais gols longe de casa, o que aconteceu em oito dos 14 jogos como visitante.
Principal problema a ser corrigido pelo técnico Léo Condé, a defesa alvinegra sofreu 35 tentos em 27 rodadas da Segundona. Destes, 22 foram assinalados quando o Vovô jogava fora de Fortaleza.
Dos 14 duelos como visitante, o Ceará não foi vazado em apenas quatro oportunidades: contra Novorizontino (3 a 0), Operário (0 a 0), Avaí (1 a 0) e CRB (2 a 0).
O Alvinegro de Porangabuçu tem a oitava melhor campanha de visitante dentre as equipes da Série B, com um aproveitamento de apenas 28,5% dos pontos disputados — foram três vitórias, três empates e oito derrotas.
Enquanto a defesa precisa de ajustes, o ataque alvinegro vive uma fase oposta. Líder do campeonato em gol marcados, o setor ofensivo do Vovô também é o que mais marca como visitante: são 18 gols em 14 embates.
A linha de frente só passou em branco duas vezes fora de casa, nas partidas contra Operário e Brusque, ainda sob o comando do ex-treinador Vagner Mancini.