A trajetória de Bruno Ferreira no Ceará ganhou novo capítulo quando o goleiro precisou ser alçado à titularidade após a lesão de Richard. Contratado em 2023 após se destacar pelo Caxias no Campeonato Gaúcho, o jogador de 30 anos demorou a conquistar seu espaço no clube. Considerado o reserva imediato da posição, chegou a disputar algumas partidas no ano passado, mas enfrentou resistência da comissão técnica, à época liderada por Vagner Mancini, e a pressão do torcedor pelo desempenho em campo.
A relação com os alvinegros, inclusive, continua em construção — fato é que na partida da contusão do titular, contra o Coritiba, ele falhou no primeiro gol sofrido pelo Ceará. Desde então, porém, Bruno Ferreira assumiu papel de protagonista.
Com o arqueiro à frente da meta, o Vovô não foi vazado contra Vila Nova-GO e Brusque-SC. Assim, ele virou um dos responsáveis por recolocar o time de Porangabuçu em condição de disputar a vaga no G-4, uma vez que as vitórias consecutivas fizeram cair para dois pontos a distância do Ceará para o grupo de acesso.
"Cheguei e o Richard era o titular. (…) Entrei e consegui fazer bons jogos. Na chegada do Mancini, tivemos uma discussão no vestiário, pedi desculpa a ele na frente de todos os meus colegas, assumi o meu erro e ele optou por colocar, na época, o André Luiz. Aceitei numa boa, como sempre respeitei a todos os colegas. Esse ano, chegou o Fernando Miguel e tinha o Richard", iniciou, em coletiva na sede do clube, ontem.
"Sabia que tinha que esperar chegar minha vez de novo. Bom, a minha vez chegou com uma infelicidade dos meus colegas, duas lesões gravíssimas. Mas, trabalhei o ano todo para isso, para esperar a oportunidade, e chegou o momento de mostrar o tanto que treinei, batalhei e esperei por esse momento", completou.
Nas duas partidas como titular, registrou sete defesas, um soco, um corte, um duelo ganho, 72,4% de acerto nos passes (21 de 29) e uma assistência — para Erick Pulga, contra o Vila Nova. Contra o Brusque, por exemplo, interveio o arremate de Osman, aos 40 minutos do segundo tempo, após o ponta-esquerda sair cara a cara com ele.
Com a camisa do Ceará, Bruno Ferreira vive o maior desafio da carreira: recolocar o clube na Série A do Campeonato Brasileiro. O arqueiro fez questão de reforçar que não fica atento aos comentários dos torcedores. Para ele, do mesmo jeito que os elogios elevam a confiança, as críticas podem abalar o psicológico do atleta. Por fim, Bruno Ferreira frisou que o Vovô é a maior oportunidade da carreira e que espera construir uma história convincente na equipe.
"Eu, por exemplo, joguei poucos jogos esse ano. E, talvez, o jogo que joguei, não fui tão bem, o time não ganhou e fica aquela imagem do último jogo que tive. Aí a torcida fica um pouco chateada, porque perdeu, mas temos que estar com a cabeça tranquila, porque sabemos do que somos capazes. Não sou tão ruim como eles dizem e nem tão bom como alguns estão dizendo agora. Temos que estar bem focados", finalizou.