Se em anos anteriores os “pacotões” de reforços no futebol cearense eram comuns — e até aguardados com ansiedade pelos torcedores —, para 2025 o padrão mudará, pelo menos no Pici. O Fortaleza se movimentou nos últimos meses e anunciou uma série de renovações: 86% do atual elenco, que é 3º colocado na Série A, já possui vínculo com o Leão para a próxima temporada.
O percentual representa 26 dos 30 jogadores que figuram no plantel tricolor de acordo com o site oficial do clube. Somente quatro atletas ainda possuem situação indefinida: os zagueiros Titi e Kuscevic, o goleiro Kozlinski e o volante Matheus Rossetto.
O quarteto possui contrato com o Fortaleza somente até o final deste ano. No caso de Kuscevic, o chileno está emprestado pelo Coritiba e o acordo entre os clubes prevê uma opção de compra por 1,5 milhão de dólares (em torno de R$ 7,7 milhões). Já Titi, Rossetto e Kozlinski podem negociar diretamente com a diretoria tricolor caso haja interesse mútuo.
Firmado como titular do Leão, a tendência é que a direção cearense busque a permanência de Kuscevic para 2025. O Tricolor também deve negociar as renovações de Matheus Rossetto — um dos principais destaques recentes da equipe — e Titi, que, embora tenha perdido espaço, está no clube desde 2021 e é um dos líderes do plantel.
Em entrevista exclusiva ao O POVO, Bruno Costa enfatizou que a montagem do elenco que defenderá o Fortaleza em 2025 vem sendo feito “há bastante tempo”, em referência às movimentações do clube com as renovações. A ideia é que, no início do próximo ano, sejam feitas contratações pontuais.
Um detalhe interessante é que boa parte do elenco do Fortaleza tem vínculo para além de 2025. São 21 jogadores nesta condição, entre eles Lucero, artilheiro do clube e segundo maior goleador do País, que renovou até o fim de 2027. O centroavante argentino, porém, ainda convive com o “fantasma” do caso envolvendo seu nome na Fifa.
Em 8 de agosto de 2023, o Fortaleza e Lucero receberam a decisão da Câmara de Resolução de Disputas da Fifa que aplicou transfer ban (impedimento de registrar novos atletas) do clube por duas janelas de transferências e suspendeu o atacante por quatro meses. Depois de um ano e dois meses e três audiências realizadas, a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) disse ao O POVO que prepara o veredito sobre o caso.
O imbróglio teve início a partir da ação do Colo-Colo, contra o camisa 9, após polêmicas contratuais envolvendo sua transferência para o Leão em 2023. À Fifa, o clube chileno cobrou punição de quatro a seis meses ao jogador e o pagamento de 2,1 milhões de dólares (cerca de R$ 10,6 milhões na cotação da época).
Depois da decisão da entidade máxima do futebol, o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, na sigla em inglês) e a CAS foram acionados a partir dos recursos de Fortaleza e Lucero.
Por e-mail, o órgão informou ao O POVO que "a Sentença Arbitral está em preparação e será oportunamente comunicada às partes", ponderando que "não é possível indicar um prazo preciso". A CAS também explicou que há uma análise de confidencialidade no ato da notificação dos envolvidos.