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Entre expectativas e realidades: o clima de fim de ano antecipado na torcida do Fortaleza
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Entre expectativas e realidades: o clima de fim de ano antecipado na torcida do Fortaleza

O baixo público na arquibancada do Castelão, na última quarta-feira, traz uma sensação generalizada de que a temporada já terminou para o Leão, que briga por título e G-4 da Série A
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FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL - 21.09.2024: Vojvoda. Fortaleza x Bahia. Arena Castelão,  campeonato brasileiro série A. (Foto: Aurélio Alves  / O POVO) (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL - 21.09.2024: Vojvoda. Fortaleza x Bahia. Arena Castelão, campeonato brasileiro série A. (Foto: Aurélio Alves / O POVO)

O decepcionante público de 23 mil pessoas na Arena Castelão, na última quarta-feira, 16, quando o Fortaleza empatou com o Atlético-MG, pela Série A, traz uma sensação generalizada de que a temporada já acabou para o Leão. Mesmo brigando pelo título, a resposta na arquibancada é de uma estranha normalização de uma campanha que deveria ser tratada com a devida grandeza.

A impressão é de que a frustração pelo vice-campeonato da Sul-Americana de 2023 virou obsessão. Um desejo voraz por um grande título, algo que contemple além das possibilidades estaduais e regionais, opções que o Tricolor tem vencido ano a ano desde 2019, seja um ou outro — ou até os dois em uma mesma temporada. A eliminação para o Corinthians, nas quartas de final da edição do torneio continental deste ano, causou um enorme baque.

O anseio condiz com o novo contexto que vive o clube, mas existem outros elementos que precisam ser valorizados. Um confronto valendo a segunda colocação da tabela da liga nacional mais competitiva da América do Sul, após 11 dias sem jogos, não foi o suficiente para que a torcida do Fortaleza preenchesse sequer metade do espaço do Gigante da Boa Vista.

Indireta ou diretamente, o ambiente parece ter impactado o time em campo. Apesar de um primeiro tempo não tão ruim, a apatia e o marasmo tomaram conta do escrete vermelho-azul-e-branco na etapa final contra o Galo. O Leão levou o empate, teve dois expulsos e sofreu grande pressão até o juiz encerrar o jogo. Detalhe: o Atlético-MG estava praticamente todo reserva.

A partida diante do time mineiro não é um caso isolado. Durante todo o Brasileirão desta temporada, a presença massiva em jogos do Leão na capital cearense foi seletiva e não constante. Mesmo com o Tricolor embalando dez jogos de invencibilidade, recorte em que obteve nove vitórias e protagonizando a melhor campanha como mandante do certame, o clube do Pici tem apenas a 9ª maior média de público.

De acordo com o levantamento do portal Sr. Goool, o Leão leva, em média, 27.511 torcedores por partida na Série A. O time comandado por Vojvoda está atrás de Atlético-MG, Fluminense, Cruzeiro, Bahia e São Paulo, por exemplo, que são equipes com pior desempenho na competição. O líder do ranking é o Flamengo.

Restando oito partidas para o término do Campeonato Brasileiro, o Fortaleza está próximo de se garantir dentro do G-4. Considerando as últimas cinco edições, a média de pontuação para a quarta posição foi de 63 pontos. Ou seja, o Leão precisa de mais sete, o que representa duas vitórias e um empate.

O São Paulo, que é o atual quinto colocado, tem 50 pontos. O Tricolor Paulista, para alcançar a marca de 63 pontos, teria que conquistar mais quatro vitórias e um empate, além de torcer por tropeços do Leão do Pici. Em paralelo, o clube cearense segue na briga pelo título, embora com um cenário mais difícil. O ano ainda não acabou para o Fortaleza.

Fortaleza celebra aniversário de 106 anos em noite de eventos e homenagens

O Fortaleza promoveu ontem uma noite de celebração em comemoração ao seu aniversário de 106 anos de história. O evento aconteceu no Iate Clube e contou com homenagens a personalidades e instituições que contribuíram com o clube, além da presença de dirigentes, como Marcelo Paz, CEO da SAF, e Bruno Costa, executivo de futebol.

Diversos integrantes da principal torcida organizada se aglomeraram no letreiro do Mucuripe com bandeiras e faixas para celebrar o momento. A uniformizada promoveu um foguetório ás 19h18min, em alusão ao ano de fundação do clube, e, assim como a Confraria Tricolor, recebeu a Medalha Alcides Santos em reconhecimento à dedicação e ao apoio ao time ao longo dos anos.

Após as solenidades, o palco passou a ser comandado pelo cantor de forró Vicente Nery. Wendell Regadas, presidente do Conselho Deliberativo do Fortaleza e membro do Conselho de Administração da SAF, conversou com O POVO sobre o momento especial em que o aniversário do clube aconteceu.

"Um momento ímpar, jamais visto. Um trabalho conjunto de todos que fazem o Fortaleza, todos aqueles que estão na arquibancada, aqueles torcedores que ficam empurrando o time. 106 anos de um clube, como nosso hino fala, aguerrido, vibrante e forte", exaltou o dirigente.

Já na sede do clube, no Pici, os torcedores se concentraram na Praça Ney Rebouças e fizeram a festa com cânticos e sinalizadores. O técnico Juan Pablo Vojvoda, da parte interna do Centro de Excelência Alcides Santos, apareceu em uma janela para acenar para o público e foi ovacionado.

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