Apesar da atuação positiva contra o Palmeiras, desempenho acompanhado de um bom empate no Allianz Parque — sobretudo pelo contexto do duelo, de dois pênaltis polêmicos para o adversário —, o Fortaleza chegou ao terceiro jogo consecutivo sem vitória no Brasileirão. A sequência trouxe um novo panorama para o clube na busca pela consolidação no G-4.
Neste recorte marcado por falta de triunfos, o Leão do Pici deu margem para equipes como Flamengo-RJ (4º) e Internacional-RS (5º) se aproximarem. O cenário mais acirrado se potencializa, ainda, pelo fato de Rubro-Negro e Colorado terem um confronto a menos em relação ao time cearense — jogo este em atraso que será disputado entre os dois clubes nesta quarta-feira, 30.
O embate, válido pela 17ª rodada, acontece no Beira-Rio, às 19 horas. Em caso de vitória, o Flamengo iguala os 57 pontos do Fortaleza na tabela de classificação, mas ultrapassa o Tricolor no critério de desempate por ficar com mais triunfos no certame — 17 contra 16 do Leão. Já se o resultado positivo for conquistado pelo Inter, o cenário fica totalmente embolado.
Isso porque o Colorado tem, atualmente, 52 pontos. Ou seja, se vencer, o time comandado pelo treinador Roger Machado salta para 55, passa o Flamengo e fica a dois pontos do Fortaleza — que também seguirá pressionado pelo Rubro-Negro. O empate entre o clube gaúcho e carioca é, naturalmente, o melhor desfecho para o escrete vermelho-azul-e-branco.
Vale ressaltar que os comandados de Juan Pablo Vojvoda terão confronto direto com Fla e Inter na reta final do Campeonato Brasileiro, na 35ª e na 38ª rodada, respectivamente. Pesa a favor o fato de o Leão do Pici encarar ambos na capital cearense, onde está invicto no torneio nacional. São 12 vitórias e quatro empates na campanha como mandante.
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Além do prestígio esportivo, afinal o Fortaleza pode protagonizar a melhor campanha da história do futebol nordestino nos pontos corridos caso termine a atual edição pelo menos na terceira posição, há a questão financeira em jogo. Quanto mais alta a colocação do Leão na tabela, maior será a fatia que o clube embolsará de premiação.
A premiação por posição — que não inclui os quatro rebaixados – reserva 30% do montante total do direito de transmissão na TV aberta e fechada, que em 2024 ainda é responsabilidade do Grupo Globo. Na temporada passada, o valor total foi de cerca de R$ 475 milhões. O campeão Palmeiras embolsou 10%, enquanto segundo e terceiro colocados, 9,5% e 9%, respectivamente. Os percentuais se mantêm nesta temporada.
Como o valor sofre reajuste de acordo com a média dos índices de inflação, a tendência é de que o montante total seja superior aos R$ 475 milhões de 2023. Em paralelo, claro, estar dentro do G-4 significa vaga direta na fase de grupos da Libertadores, outra fonte importante de renda para 2025.
Polêmicas de Palmeiras x Fortaleza ainda repercutem
O pênalti que culminou no segundo gol do Palmeiras no empate em 2 a 2 com o Fortaleza, nesse sábado, 26, no Allianz Parque, em São Paulo, pela Série A, foi o fator principal para a punição ao árbitro de campo e ao VAR da partida pela Comissão de Arbitragem da CBF, segundo apurou o Esportes O POVO.
No encontro semanal realizado com os clubes do Brasileirão para avaliar e explicar a atuação dos árbitros na rodada, a chefia nacional do apito, representada por Wilson Seneme, presidente da Comissão, apontou que Ramon Abatti Abel, árbitro de campo, e Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro, responsável pelo VAR, foram afastados pela penalidade marcada a favor do Verdão após bola na mão de Yago Pikachu.
Em paralelo, outro momento envolvendo Pikachu também entrou em pauta. Não na CBF, mas no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. A procuradoria do STJD avalia denunciar o goleiro Weverton, do Palmeiras, por conta de um empurrão no jogador do Leão em lance fora da disputa de jogo. A ocasião ocorreu após o segundo gol do Fortaleza na partida, que culminou no empate.
Pikachu, ao tentar buscar a bola de dentro do gol, foi empurrado por Weverton e bateu a cabeça em uma câmera de transmissão que estava por trás da rede. Com o choque, o atacante do Leão do Pici sofreu um corte na cabeça e o sangramento precisou ser estancado pelo departamento médico do clube. Ao término da partida, o camisa 22 levou quatro pontos.
Caso a procuradoria entenda que houve infração disciplinar, o goleiro pode ser enquadrado no artigo 250 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê pena de suspensão de um a três jogos e cita como exemplo "empurrar acintosamente o companheiro ou adversário, fora da disputa da jogada”. (Com Afonso Ribeiro)