Um dos destaques do Ceará na temporada, o meio-campista Lourenço concedeu entrevista exclusiva ao O POVO. O camisa 97 falou sobre seu início de carreira, que contou com "bicos" em obras como segunda renda e uma quase ida para a mineração.
Natural de Belo Horizonte (MG), João Paulo Lourenço cresceu em uma família apaixonada por futebol e, desde muito cedo, desejava se tornar jogador profissional. A trajetória, no entanto, não foi das mais fáceis. Ele, por exemplo, não teve formação em categorias de base.
"(Paixão pelo futebol) Vem de família, o futebol sempre esteve presente na minha vida. Mas, como eu morava numa cidade pequena, não tive tanta oportunidade, e as que tive, não fui aprovado. Comecei bem tarde no futebol. O 'certo' é começar com 14 ou 15 anos na base de um time, eu comecei com 17 para 18, já no profissional. Acho que isso me fez amadurecer um pouco mais rápido. Tudo foi no tempo de Deus", disse.
O meio-campista do Vovô revelou que tentou ter um segundo emprego na área da mineração para complementar a renda, mas o irmão, um dos maiores apoiadores da sua carreira no futebol, não autorizou.
"Até tentei, mas meu irmão não deixou. Ele é um dos caras que me apoiou muito e não me deixou desistir de ser jogador. Como na minha cidade tem muito emprego na área de mineração, eu cheguei a enviar currículos para trabalhar, mas meu irmão não deixou. Ele acreditava mais no meu sonho do que eu. Cheguei a fazer uns trabalhos na cidade mesmo, ajudava um amigo a fazer uma obra, mas nada fixo. Era mais para ter um dinheiro no fim de semana, para 'dar uma volta'", relatou.
Lourenço contou como recebeu o convite do Ceará no fim de 2023, ano em que se destacou vestindo a camisa do Vila Nova. Para ele, o Vovô representou um desafio na carreira devido sua história e torcida.
"Quando acabou a temporada passada, tive a opção de ficar no Vila. Criei uma identidade lá, amigos, gosto muito do pessoal de lá. [...] O Lucas (Drubscky, executivo de futebol) procurou meu empresário, eu até tinha outras opções, mas eu tinha jogado contra e nunca tinha visto aquilo em outros lugares, questão de torcida, Arena. Então eu decidi vim pelo desafio, pelo clube e pela camisa. É o primeiro clube que eu jogo que a torcida lota o estádio todo jogo", afirmou.
Responsável pela maioria dos lances de bola parada no Ceará, Lourenço contou como iniciou essa "especialização" e citou referências como os ex-jogadores Marquinhos e Juan, que dividiram vestiário com ele no Avaí.
"No Avaí, tive experiências com alguns especialistas em bola parada, como Marquinhos e Juan. Eu sempre ficava olhando e treinando. Esses caras sempre me motivaram e me deram oportunidade. Ano passado comecei a treinar ainda mais e vou continuar treinando", explicou.
O jogador de 27 anos também analisou a versatilidade em campo. "Motorzinho" do time, ele já jogou como lateral-direito, volante, meia e ponta durante a carreira.
"Quando um atleta chega ao profissional, ele tem que cumprir algumas funções, por exemplo: 'Ah, um lateral está suspenso e vou precisar de alguém ali no treino', aí eu treinava. Já treinei de lateral, volante, meia, ponta. Basta você ter vontade e uma noção", disse.
Lourenço ainda brincou com o fato de atuar como goleiro nos famosos "rachões" quando defendia o Vila Nova, mas disse que a prática não ocorre no Vovô. "No começo não podia jogador de linha ir para o gol, então esse ano eu estou livre (risos). Deixo isso com o pessoal que entende mais do assunto", finalizou.
Torcedor do Ceará é preso por suspeita de utilizar cartão de sócio com nome de outra pessoa
Um torcedor do Ceará foi preso em flagrante no último domingo, 3, por suspeita de utilizar um cartão de sócio do clube com nome de outra pessoa na Arena Castelão. O episódio ocorreu antes da partida entre o Alvinegro e Avaí, pela 35ª rodada da Série B.
Na ocasião, o homem tentou adentrar no estádio utilizando um cartão que não continha seu nome e, por isso, foi levado pelas autoridades ao 13º Distrito Policial. Lá, foi constatado o crime do artigo 171 e, posteriormente, o torcedor foi liberado.
Mediante decisão, ele ficará proibido de frequentar o Castelão ou outras praças esportivas pelo prazo de 90 dias. Em caso de descumprimento, poderá ser decretada prisão preventiva.
Procurado pelo O POVO, o Ceará informou que ainda decidirá quais medidas adotará acerca do caso — se haverá punição ao titular do cartão ou se não houve envolvimento.
Com Horácio Neto, da Rádio O POVO CBN