Sob vaias, o Brasil ficou no empate por 1 a 1 com o Uruguai, na noite de ontem, na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), pela 12ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
Valverde abriu o placar para a Celeste, e Gerson igualou o marcador para a Amarelinha. Com o resultado, a seleção brasileira segue no quinto lugar, com 18 pontos.
Antes da bola rolar, os diversos espaços vazios na Arena Fonte Nova chamaram a atenção. Isso foi consequência da estratégia da CBF, que decidiu fixar o ingresso mais barato a R$ 100, limitado a um único setor do estádio. Em outras seis áreas, o valor da entrada foi de R$ 600. Havia ainda lugares com preços de R$ 200, 400 e 800.
Preços altos, incompatíveis com o momento da seleção brasileira, seja pelo desempenho ou pelos resultados expressivos, distantes da realidade da maioria dos torcedores que gostariam de ver de perto algum de seus ídolos. Essa escolha contribui para distanciar ainda mais a Amarelinha do povo, uma relação que vem se desgastando há alguns anos.
Apesar disso, a festa foi bonita. Um mosaico com 20 mil bandeirinhas verde-amarelas deu o tom do plano de fundo para a bandeira erguida em 3D, com imagens de Vini Jr., Pelé, Garrincha e outros que já defenderam a seleção brasileira, em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado hoje. O projeto foi executado por dois torcedores do Fortaleza, Paulinho "Mosaico" e Ariel Brito, a pedido da CBF.
Com a bola rolando e no embalo da batida do Olodum, o Brasil foi para cima do Uruguai na tentativa de pressionar e abrir o placar logo cedo. Mas isso não aconteceu. Aos poucos, os visitantes foram se estabilizando e equilibrando o confronto. Os comandados de Bielsa, inclusive, jogaram melhor entre os 20 e 30 minutos, período em que criaram três boas chances.
Apesar de ter a posse de bola, o Brasil não conseguiu transformar esse controle em grandes situações de gol. Houve algumas tentativas individuais com Vini Jr., Savinho e Raphinha, mas nada que assustasse, de fato, a baliza defendida por Rochet, goleiro uruguaio que joga no Internacional.
Somente nos acréscimos, em cabeçada de Igor Jesus na pequena área, à queima-roupa, após cobrança de escanteio de Raphinha, a Amarelinha conseguiu arrancar suspiros da torcida. Foi a melhor oportunidade e o único chute certo em direção ao gol de um Brasil que, na maior parte do primeiro tempo, se mostrou pragmático e previsível.
O cenário, se já não era dos melhores pelo desempenho ruim na primeira metade do duelo, piorou no início do segundo tempo. Logo aos nove minutos, após enorme fragilidade na marcação do sistema defensivo, Valverde, jogador do Real Madrid-ESP, venceu Bruno Guimarães na intermediária e bateu para o fundo das redes.
A tensão foi revertida em euforia quando, aos 16 minutos, Gerson acertou um lindo chute de fora da área. O meio-campista do Flamengo aproveitou o rebote após um cruzamento e, sem deixar a bola cair no chão, finalizou com categoria: um golaço, o primeiro dele com a camisa da seleção brasileira. O gol fez a Canarinho crescer de produção e tomar conta do jogo.
Apesar da pressão e de ter cinco atacantes em campo, o Brasil não conseguiu a virada. Os comandados de Dorival Júnior voltarão a atuar pelas Eliminatórias apenas em 2025, contra a Colômbia, adversário direto pelo G-4 do torneio. O Uruguai, com o empate, manteve-se na vice-liderança, atrás da Argentina.
Brasil
4-2-3-1: Ederson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner (Martinelli); Bruno Guimarães (André) e Gerson (Paquetá); Savinho (Estêvão), Raphinha e Vinicius Jr; Igor Jesus (Luiz Henrique). Téc: Dorival Júnior
Uruguai
4-5-1: Rochet; Varela, Giménez, Mathías Olivera e Saracchi; Bentancur, Ugarte, Valverde, Facundo Pellistri (Puma Rodríguez) e Maximiliano Araújo (Cristian Olivera); Darwin Nuñez (Aguirre). Téc: Marcelo Bielsa
Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Data: 19/11/2024
Árbitro: Piero Maza-CHI
Assistentes: Claudio Urrutia-CHI e José Retamal-CHI)
Gols: 9 min/2ºT - Valverde (URU); 16 min/2ºT - Gerson (BRA)
Cartões amarelos: Raphinha e Paquetá (BRA); Ugarte e Varela (URU)