No dicionário, "déjà-vu" é definido como a sensação de já ter vivido ou presenciado algo que está acontecendo no presente. E é exatamente este sentimento que o torcedor do Ceará poderá experimentar no próximo domingo, 24, a partir das 18h30min, na última rodada da Série B. Após 15 anos, o clube retorna a Campinas (SP) para, mais uma vez, buscar o acesso à Série A.
Em 2009, o adversário era a Ponte Preta, que, na 37ª rodada, já não tinha mais aspirações naquela edição da Segundona. O Estádio Moisés Lucarelli, casa da Macaca, recebeu um público reduzido.
Os gols que selaram o retorno do Ceará à elite do futebol brasileiro, após 16 anos de ausência, foram marcados por Renan Fonseca, contra, e Fabrício. Aquele elenco ainda contava com ídolos do Vovô, como Sérgio Alves, João Marcos, Mota e Boiadeiro.
O contexto atual é diferente. Em 2009, o Alvinegro dependia de uma combinação de resultados para se garantir no G-4, como a vitória do Duque de Caxias-RJ sobre o Figueirense-SC, concorrente direto na briga pelo acesso.
Agora, o cenário é mais favorável. O Ceará precisa de uma simples vitória contra o Guarani-SP, no Brinco de Ouro, para confirmar a vaga na Série A.
Mesmo em caso de empate ou derrota, o Vovô ainda pode subir. Se perder, dependerá de um revés do Sport, que enfrenta o Santos, já campeão, na Ilha do Retiro, no Recife (PE). Apesar de ambas as equipes estarem empatadas em pontos, o time de Porangabuçu leva vantagem no número de vitórias.
Se a partida contra o Bugre terminar empatada, o Alvinegro precisará torcer não só por um tropeço do Leão da Ilha (empate ou derrota), mas também por reveses de Novorizontino e Mirassol, que enfrentam Goiás e Chapecoense, respectivamente. Ambos os times paulistas têm um ponto a mais que o Ceará, o que os obriga a não pontuar neste cenário.
Um desfecho positivo no domingo seria a coroação de um ano de superação para o clube, apagando a má impressão deixada pela campanha na Série B de 2023. Naquele ano, recém-rebaixado, o Ceará teve uma performance decepcionante, com quatro técnicos ao longo do torneio — Gustavo Morínigo, Eduardo Barroca, Guto Ferreira e Vagner Mancini — e terminou em 11º lugar, com 50 pontos, 13 a menos do que acumula agora.
Além disso, seria a "cereja do bolo", já citada pelo técnico Léo Condé, de uma temporada que teve o título do Campeonato Cearense, quebrando a hegemonia do arquirrival Fortaleza.
O roteiro está pronto, e o torcedor alvinegro espera que, ao apito final, a sensação de déjà-vu traga apenas boas lembranças.