Brilhou a Estrela Solitária. Depois de 29 anos, o Botafogo ressoa o grito de campeão da Série A do Campeonato Brasileiro após a vitória em 2 a 1 diante do São Paulo no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, na tarde deste domingo, 8. Savarino e Gregore foram os autores dos gols que sacramentaram a conquista do Alvinegro, enquanto William Gomes descontou para o Tricolor do Morumbi.
A comemoração do título começou antes mesmo de a bola rolar. Com o Glorioso tendo a vantagem de poder ser campeão com um empate, a torcida que lotou Engenho de Dentro recebeu o time com festa em preto e branco pintada com um mosaico dupla face, fumaças e faixas que exaltavam a recuperação do grupo, a resistência da torcida e até mesmo o atual dono da SAF do clube, John Textor.
A felicidade nas arquibancadas não era somente de uma torcida que conquistou dois grandes títulos em oito dias. Era do torcedor e da torcedora que viu o clube passar por dificuldades financeiras, rebaixamentos e viu o Glorioso resistir, apesar dos pesares das últimas décadas.
Como uma mensagem final para o time ao final de uma longa espera pelo título e às vésperas da disputa do Mundial de Clubes, o mosaico nas arquibancadas fez referência à sobrevivência dentro e fora de campo. Em seguida, houve a celebração da inédita conquista da Copa Libertadores de América alcançada nove dias atrás com vitória por 3 a 1 diante do Atletico-MG no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, na Argentina.
Com as duas conquistas, o Botafogo iguala os feitos do Santos de Pelé em 1962 e 1963 e do Flamengo de Jorge Jesus em 2019, que também faturaram os dois títulos em uma mesma temporada.
Quando a bola rolou, apesar da felicidade irradiada pela torcida, o jogo não se desenhou de maneira tranquila para os alvinegros. Ainda que o São Paulo tenha entrado em campo com o time praticamente reserva, o grupo de Zubeldía quis mostrar serviço e teve mais controle da posse de bola e das ações do jogo, para irritação do técnico do Botafogo, Artur Jorge.
A primeira boa chegada do time de General Severiano só ocorreu aos 13 minutos, quando Igor Jesus recebeu cruzamento de Luiz Henrique, mas não conseguiu finalizar bem. Foi somente após a parada técnica, aos 27 minutos, que o Alvinegro mostrou alguma melhora, que resultou em um belo gol do camisa 10, Savarino, aos 37.
No segundo tempo, o jogo ficou ainda mais morno, com o Botafogo desperdiçando chances. O São Paulo acabou encontrou espaço e, com William Gomes, deixou tudo igual no Nilton Santos aos 18 minutos.
A igualdade não sobreviveu ao destino já traçado, que quis redimir Gregore. Ele, que poderia ter sido o vilão ao ser expulso no primeiro minuto da final da Libertadores, foi o protagonista no certame nacional, com um gol marcado nos acréscimos sacramentando o título alvinegro.
Com o título, o Botafogo entra para a lista de times tricampeões brasileiros ao lado de Internacional (1975, 1976 e 1979) e Atlético-MG (1937, 1971 e 2021). O Glorioso soma 2024 às conquistas de 1968 e 1995. A celebração, entretanto, não se estendeu, apesar das décadas de espera. Por um bom motivo. A equipe viajou ainda na madrugada para o Catar, onde, na quarta-feira, 11, enfrenta o Pachuca-MEX pelo Mundial de Clubes.
Botafogo
4-3-3: John; Mateo Ponte, Adryelson, Marçal e Alex Telles; Gregore e Marlon Freitas (Allan); Luiz Henrique (Rafael), Savarino (Matheus Martins) e Thiago Almada (Tchê Tchê); Igor Jesus (Tiquinho). Técnico: Artur Jorge
São Paulo
4-3-3: Jandrei; Ruan, Alan Franco e Sabino; Igor Vinicius (Michel Araújo), Santi Longo, Bobadilla, Marcos Antônio (Rodriguinho), Nestor e Patryck; André Silva (João Moreira) e William Gomes. Técnico: Luis Zubeldia
Local: Nilton Santos, no Rio de Janeiro/RJ
Data: 8/12/2024
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Fabrício Vilarinho da Silva (GO)
Gols: 37min/1ºT - Savarino (BOT); 18min/2ºT - Willian Gomes (SAO); 47min/2ºT - Gregore (BOT)
Cartões amarelos: N/A