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Aos 12, mesatenista cearense é melhor sub-13 e terceira melhor sub-15 do Brasil
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Aos 12, mesatenista cearense é melhor sub-13 e terceira melhor sub-15 do Brasil

A Maquininha, como é conhecida, ficou em terceiro lugar no TMB Platinum Campeonato Brasileiro e somou os pontos necessários para terminar o ano como a melhor colocada no ranking da sua categoria e em terceiro lugar na categoria superior
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Alissa Maia, 12, é conhecida como
Foto: FERNANDA BARROS Alissa Maia, 12, é conhecida como "Maquininha"

A mesatenista cearense Alissa Maia, de 12 anos, terminou o TMB Platinum Campeonato Brasileiro com o bronze. Com isso, ela garantiu primeira colocação geral do ranking sub-13 feminino, que liderou durante quase toda a temporada.

O título não é tudo. A "Maquininha", como é conhecida, finalizou o ano em destaque em uma categoria acima da sua — é a terceira melhor sub-15 do País. O resultado poderia lhe render até uma bolsa federal se já tivesse a idade mínima de 14 anos.

Promessa olímpica do Estado e atleta de seleção brasileira, Alissa começou no tênis de mesa acompanhando seu pai, que passou por um quadro grave de depressão e compartilhava da mesma paixão, como contou ao Esportes O POVO. Desde que iniciou na Academia Grilo Tênis de Mesa, Alissa já soma 110 pódios, sendo 70 vezes na primeira colocação. Uma máquina de ouros.

Hoje, Alissa é a atual top-1 em todas as categorias que disputa no Ceará. Ou seja, lidera o sub-13, o sub-15 e o absoluto, que engloba todos os atletas, incluindo os que tentam vagas na seleção principal do tênis mesa. Na modalidade, os atletas são ranqueados nas categorias da sua idade atual, uma acima e a absoluta.

 Pela pontuação, a "Maquininha" estaria elegível até para a bolsa podium internacional por ter conquistado dois bronze no Sul-Americano de duplas com a seleção brasileira em Cochabamba, na Bolívia.

“O apelido de ‘maquininha’ veio porque ela realmente é uma máquina jogando. Ela é muito agressiva, tem um perfil atacante, super-atacante. Ela é raçuda e grita a cada ponto. É muito vibrante e cativante. Como ela ‘tritura’ os seus adversários, tanto no feminino como no masculino, e destrói todo mundo, veio esse apelido”, contou Luiz Augusto Guimarães, conhecido como Grilo, treinador de Alissa.

Ao Esportes O POVO, Grilo ressaltou que a jovem já faz um forte acompanhamento psicológico para evitar a sensação de estar "acostumada a ganhar", que pode lhe causar maiores frustrações quando fica de fora do pódio. Na escola, Alissa também tem ido bem e ressalta que só pode continuar jogando se seguir dedicada aos estudos.

O talento de Alissa é notório nos treinamentos e competições que disputa, independentemente da idade, gênero ou experiência do adversário. Para os familiares e colegas de time, a jovem só não era top 1 do ranking nacional por ainda não acumular pontos no Sudeste, o que eleva bastante a pontuação e pode difultar que a jovem se mantenha na posição. O Campeonato Brasileiro, por exemplo, tem peso dez, enquanto o estadual tem peso três.

 

O início de Alissa e a busca por um sonho olímpico

Desde os primeiros passos na vida esportiva, Alissa Maia tem recebido apoio inabalável da família. Tal rede de suporte tem sido crucial para que a jovem mesatenista se mantenha firme em uma busca especial: “Meu maior sonho é ir para as Olimpíadas e medalhar”, antecipa a garota.

Essa aspiração é alimentada pelo carinho e incentivo de seus pais, que não medem esforços para garantir que a filha tenha as melhores condições possíveis para se destacar no esporte, mesmo com as restrições financeiras e geográficas. Érica Maia, mãe de Alissa, enfatizou o quanto a jovem sempre foi competitiva e determinada.

“A Alissa tem uma personalidade bem forte pra idade dela. Ela é bastante competitiva. Isso a gente já notava desde novinha”, disse ela, que relembrou com nostalgia como a filha sempre buscava liderar, mesmo em situações cotidianas como subir as escadas do prédio onde moravam.

“A gente percebia que ela gostava de sempre se colocar em uma posição de liderança nos grupos que participava. E isso com o tempo passou a ser natural”, completa.

Esse espírito combativo foi canalizado para o tênis de mesa, especialmente após a pandemia, quando a paixão pelo esporte foi descoberta. Antes disso, Alissa ajudou o pai a enfrentar um grave quadro de depressão e encontrou, com ele, o esporte como uma paixão que ressignificava a relação dos dois e fortificava os laços familiares.

“Tudo começou durante a pandemia. Eu conseguia trabalhar, mas o pai dela ficou doente. Teve um quadro de depressão fortíssimo. Ela, que estava tendo aula on-line, ficava em casa com o pai, sendo uma fortaleza para ele. Ela foi muito importante para que ele se recuperasse desse problema e voltasse a trabalhar”, conta a mãe, que destacou o quanto o esporte afastou Alissa das telas e a aproximou das amigas.

“A pandemia começou a dar uma trégua e o pai levou ela para conhecer o tênis de mesa, pois já tinha praticado quando era mais novo. Ela gostou demais do esporte. Depois de um mês de treinamento, o técnico chegou para o pai dela e disse que estava assustado com a Alissa. Ela tinha uma destreza além da idade dela. Disse que se ela continuasse focada poderia até chegar na seleção brasileira”, finaliza.

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