Em entrevista exclusiva ao programa "Esportes do POVO" de ontem, na rádio O POVO CBN, o diretor de futebol do Ceará, Haroldo Martins, abordou alguns temas projetando a próxima temporada do clube, marcada pelo retorno à elite do futebol brasileiro. Dentre os temas, o dirigente não escondeu as dificuldades e problemas financeiros, mas enfatizou que o Vovô vem forte no mercado da bola: “Não somos o patinho feio”.
O diretor alvinegro explicou que, no processo de reformulação do elenco para 2025, há, naturalmente, níveis iniciais de expectativa quanto aos contratados, cenário que pode mudar no decorrer do ano. A ideia é trazer diferentes perfis, e isso inclui jogadores “operários”, que agregam custo-benefício e versatilidade, e também atletas de maior expectativa de retorno técnico.
“A gente tem que ter noção da realidade. O Ceará, na Série B, tinha a sexta maior folha. Estamos indo para uma Série A onde o Ceará está entre os cinco menores orçamentos. É um primeiro ponto de realidade com o qual temos que lidar. Não é por isso que não seremos competitivos, mas temos que ser competitivos dentro dessa realidade. Eu não me preocupo com um nome mais ou menos badalado”, disse.
Assim como em 2024, a busca por reforços parte de três importantes pilares: estudo, discussão e depuração de informações. Perguntado se o Vovô fará altos investimentos em contratações, Haroldo foi sucinto: “Não estamos aqui para perder negócio. Estamos indo forte no mercado. Não somos um patinho feio. Temos um plano dentro do que consideramos necessário.”
Foram três anúncios de atletas até o momento: o zagueiro Willian Machado e os atacantes Fernandinho e Bruno Tubarão. Outros quatro nomes estão bem encaminhados: os laterais Nicolas e Dieguinho, e os defensores Éder e Marllon. Apesar de as movimentações iniciais serem focadas no Brasil, o Vovô está atento ao mercado do exterior, com foco em ligas na América do Sul.
“São fatores de dificuldade (a alta do dólar), mas temos que lidar com eles. Em algum momento, a moeda brasileira é mais forte; agora tivemos a alta do dólar, pode ser que estabilize e volte a um patamar melhor. Mas seguimos atacando esse mercado e, se aparecer uma oportunidade dentro do que esperamos, vamos agir, sim”, contou.
Em paralelo ao trabalho para trazer jogadores, o departamento de futebol do Alvinegro também lida com a possibilidade de saídas. É o caso de Erick Pulga, alvo do Bahia, e de David Ricardo, que se valorizou após boas atuações na Série B e tem despertado o interesse de outras equipes. Haroldo, porém, deixou claro que não existe desespero para a venda de ativos do clube.
“Não existe desespero. O Ceará definiu valores e espera que eles cheguem. Não vamos nos desfazer dos ativos por qualquer motivo ou negociação, não tem sentido isso. Se os valores atenderem ao Ceará e aos atletas, ótimo, é um bom negócio para todo mundo. Se não, os atletas seguem no Ceará. A gente confia no potencial técnico deles para jogar uma Série A, tanto o David Ricardo, Erick Pulga e outros ativos. Não tem desespero para fazer negócio”, comentou.