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Dimas Filgueiras: um ano da morte do Soldado que nunca disse não ao Ceará
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Dimas Filgueiras: um ano da morte do Soldado que nunca disse não ao Ceará

Eternizado na história do Vovô, o "Soldado Alvinegro", como era chamado pela dedicação e amor incondicional ao clube, faleceu no dia 22 de dezembro de 2023, aos 79 anos
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Dimas Filgueiras passou 46 anos como profissional do Ceará (Foto: Igor de Melo)
Foto: Igor de Melo Dimas Filgueiras passou 46 anos como profissional do Ceará

Eternizado como o Soldado de um clube que, tantas vezes, o convocou. Por mais difícil que fosse a missão, nunca recusou o chamado. Defendeu o Ceará inúmeras vezes, dentro ou fora do campo. Criou um legado atemporal: seu nome sempre será lembrado, Dimas Filgueiras. Há um ano, um dos maiores e mais simbólicos ídolos do clube de Porangabuçu se foi.

Neste mesmo dia, mas em 2023, o “Soldado Alvinegro” morreu aos 79 anos por falência múltipla dos órgãos. Antes, lutou intensamente contra o Alzheimer, doença que passou a conviver a partir de 2015. Independente dos problemas, manteve-se ativo no Ceará até 2018, quando deixou o clube de forma definitiva para se concentrar nos cuidados da saúde.

Ter nascido no Rio de Janeiro foi um acaso do destino. Dimas acolheu o Ceará – clube e estado – e foi, reciprocamente, acolhido. Dos 79 anos de vida que teve, dedicou 46 em serviços prestados ao Alvinegro, time em que acumulou mais de 600 partidas, sejam elas como treinador ou jogador. No período, comemorou títulos, viveu campanhas históricas e sofreu com as derrotas.

Tornou-se, para o torcedor e instituição, a personificação do que significa ser Ceará Sporting Club. O preto-e-branco do Vovô, forjado na luta e perseverança, era carregado na pele do Soldado. A fidelidade e o amor incondicional daqueles que sempre estão na arquibancada, que muitas vezes abdicam de si mesmo para estar ali, também eram vistos em Dimas, no seu olhar e em suas atitudes.

Como atleta, Dimas iniciou a carreira no Botafogo e, em 1972, após breve passagem no Fortaleza no ano anterior, chegou ao Ceará. No Alvinegro, atuou como zagueiro e também na lateral-esquerda. Foram 133 jogos, com 67 vitórias, 32 empates e 34 derrotas, além de dois gols marcados e dois títulos conquistados: os Campeonatos Cearenses de 1975 e 1976.

O Soldado se aposentou dos gramados em 1976, mas seguiu no Ceará até 2018. No extenso recorte, ocupou diferentes cargos, como de treinador, membro da comissão técnica e vice-presidente. Com 514 jogos, é o técnico com mais aparições na história do clube, tendo 250 vitórias, 156 empates e 108 derrotas.

O Alvinegro foi a única equipe treinada por Dimas, o que ocorreu ao longo de 41 passagens. Ele venceu os estaduais de 1989, 1996 e 2002 e fez parte das conquistas de 1990, 1992, 1993, 1998, 1999, 2011, 2012 e 2013.

Em 1994, comandou o time em uma campanha histórica na Copa do Brasil. O Vovô eliminou Campinense-PB na primeira fase e Palmeiras-SP nas oitavas, ainda sob o comando de Mário Fernandes. Com Dimas, superou o Internacional-RS nas quartas e o Linhares-ES na semifinal.

A decisão ocorreu contra o Grêmio. Após empate em 0 a 0 na capital cearense, o Vovô foi derrotado por 1 a 0 pelo Imortal na volta - jogo marcado por polêmica arbitragem de Oscar Roberto Godói - e ficou com o vice. A colocação rendeu vaga na Copa Conmebol de 1995, primeira participação internacional da história alvinegra.

Em 2010, Dimas assumiu o Ceará para a disputa da Série A do Campeonato Brasileiro. A equipe, recém-promovida, estava caindo de rendimento após a pausa para a Copa do Mundo daquele ano. Com o Soldado Alvinegro, o Vovô afastou quaisquer chances de rebaixamento e terminou o certame em 12º lugar, classificando-se assim, pela primeira vez, para a Copa Sul-Americana.

Hoje, embora não mais fisicamente, Dimas permanece gravado na memória de todos aqueles que amam o Ceará. Não importa a geração, o nome dele e suas histórias sempre estarão vivas em Porangabuçu.  

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