Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Eu, jornalista esportivo, detesto falar sobre futebol fora do trabalho. Nas confraternizações, sou um alvo fácil para amigos e familiares tirarem todas as dúvidas do planeta sobre o tal do futebol
Foto: Victor Ferreira/EC Vitória
Falar de futebol fora do ambiente de trabalho é exaustivo
Antes de começar este desabafo, adianto meus mais sinceros desejos de um Feliz Ano-Novo a todos os leitores desta humilde coluna.
Enfim, acabou oficialmente o período de confraternizações. Aquele época do ano que você encontra os velhos e novos amigos de todas as bolhas possíveis. A turma do trabalho, do futebol, do barzinho, do colégio e por aí vai. E, claro, os familiares.
Chega o momento das rodas de conversa. Papo vai, papo vem sobre a vida de um e de outro. As angústias, as novidades, uma história engraçada aqui e acolá. Entre um gole e outro de cerveja, sempre tem alguém que traz à tona o assunto “futebol”. E é aqui que eu preciso confessar: eu, jornalista esportivo, detesto falar sobre futebol fora do trabalho.
É isso mesmo. Fora do ambiente profissional, só falo de futebol quando estou no meu berço da intimidade, em casa, curtindo um joguinho à vontade. E mesmo ali eu não consigo escapar da profissão. É só o juiz apitar o início da partida para eu abrir o aplicativo de estatísticas e conferir como vai a temporada daquele atacante. É um vício.
Mas ali, pelo menos, sou eu comigo mesmo. Não preciso ficar debatendo ou respondendo sobre futebol para ninguém.
Já nas confraternizações, sou um alvo fácil para amigos e familiares tirarem todas as dúvidas do planeta sobre o tal do futebol. "E aí, fulano vem ou não para o Ceará?", pergunta um primo alvinegro. "Macho, esse Pol Fernández é bom mesmo?", questiona um amigo tricolor.
Tem quem nem pergunta nada, só solta uma análise atravessada para eu rebater. Mas a última coisa que quero falar é sobre esporte. Eu respiro futebol, durmo pensando em futebol, sonho com futebol.
Certamente, na mesa do bar ou seja lá onde estiver fora do campo de trabalho, o futebol não será o assunto que gostaria de abordar.
Uma vez, no terceiro encontro com minha namorada, fui apresentado às amigas dela e recebi um verdadeiro questionário: queriam que eu recitasse os cinco primeiros colocados da Série A, numa espécie de teste de conhecimento.
Mas nada supera o meu irmão André, um personagem à parte. Ele é o último da fila dos entendedores de futebol, mas é o primeiro a abrir a boca. Desde 2018, ele insiste que o goleiro Cássio, ex-Corinthians, teria defendido aquela finalização do De Bruyne na Copa do Mundo na Rússia.
E quando é jogo da seleção brasileira? André vira uma metralhadora de cornetas. Ele pergunta a minha opinião apenas para discordar. E lembrar, por vezes, que o volante da Canarinho, seja ele quem for em campo, não é melhor que Ralf Pitbull.
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