Na história do tênis brasileiro, apenas dois atletas entraram no top-10 de melhores do mundo em simples na era aberta. Gustavo Kuerten, o Guga, tricampeão de Roland Garros e líder do ranking em 2001, e Beatriz Haddad Maia.
Eclipsada pela ascensão do prodígio João Fonseca — tenista com potencial para brigar pela liderança do ranking mundial —, Bia nem parecia ser a brasileira mais bem ranqueada atualmente, sendo a 17ª do mundo.
Com a eliminação de João Fonseca para o italiano Lorenzo Sonego, Beatriz é agora a única brasileira remanescente na chave principal de simples do Aberto da Austrália. Ao vencer a russa Erika Andreeva, 86 do ranking, a paulistana de 28 anos atingiu a terceira rodada do primeiro Grand Slam do ano pela segunda vez na carreira. Um feito, nem sempre reconhecido.
Bia venceu a russa por 2 sets a 0, com parciais de 6/2 e 6/3, em apenas 1h21min. Agora, vai encarar outra russa, Veronika Kudermetova, contra quem fez 4 partidas e venceu duas — as mais recentes.
A rival é apenas a 75ª do ranking da WTA, a associação feminina de tênis, mas chegou a ser a 9ª em 2022 — uma posição acima do ápice da carreira de Bia, que foi 10ª no ano passado. Kudermetova tem ainda um ótimo retrospecto como duplista, sendo a 17ª melhor do mundo e ex-número 2.
A partida tem horário ainda indefinido — o que significa que pode ocorrer na madrugada ou manhã de amanhã, em razão do fuso horário australiano. Bia fará, inclusive, duas partidas no dia em Melbourne. Isto porque na madrugada desta sexta-feira, 16, ela estreou nas duplas, ao lado da alemã Laura Siegemund, contra Suzan Lamens (Países Baixos) e Quinn Gleason (EUA).
O tênis brasileiro tem mais do que talentos geracionais, como Guga e, talvez, Fonseca. Tem Beatriz Haddad Maia, tem Thiago Monteiro, teve Fernando Meligeni, Jaime Oncins, Thomaz Koch. E começou a ter relevância com uma mulher, Maria Esther Bueno (1939—2018), líder do ranking antes da Era Aberta, maior da história do Brasil e vencedora de sete Grand Slams em simples, 11 em duplas e um em duplas mistas.
Uma mulher começou a jornada. Outra é a única remanescente no simples no Aberto da Austrália 2025. (Com Agência Estado)
João Fonseca faz duelo parelho, mas é eliminado por italiano Lorenzo Sonego em cinco sets
João Fonseca deixou uma boa impressão na sua primeira vez em um Grand Slam em sua jovem carreira na elite do tênis. Ontem, o carioca de 18 anos perdeu do italiano Lorenzo Sonego, número 55 do ranking da ATP, por 3 sets a 2, com parciais de 7/6 (8/6), 3/6, 1/6, 6/3 e 3/6 e foi eliminado na segunda rodada do Aberto da Austrália. Foi a primeira vez que o brasileiro disputou um confronto de cinco sets, que teve 3h41min de duração.
Fonseca, 112º do ranking, havia eliminado o número 9 do mundo, o russo Andrey Rublev, de forma surpreendente, em sua estreia num Grand Slam. Mas não conseguiu repetir o feito na segunda rodada. O brasileiro viu ser encerrada sua série de 14 vitórias consecutivas, que começou no Torneio Next Gen Finals, em dezembro, passando pelo Challenger de Camberra e o torneio qualificatório para a chave principal do Aberto da Austrália.
A derrota, contudo, não desanimou o jovem tenista brasileiro. Ele exaltou sua série "excepcional" de 14 vitórias consecutivas e comemorou o bom teste físico.
"Contando com o jogo de hoje, foi uma gira muito boa. Na verdade, foi excepcional, entrando no Top 100. Fiz 15 jogos consecutivos, com 14 vitórias e uma derrota. Obviamente, é dura a derrota de hoje. Mas, tirando como aprendizado, o jogo de hoje exigiu experiência e físico. Foi o meu primeiro jogo que realmente foi de cinco sets. Então, estou feliz por ter aguentado fisicamente" (Agência Estado)