O primeiro Clássico-Rei de 2025 terminou com vitória alvinegra na tarde deste sábado, 8. Na Arena Castelão, o Ceará venceu o Fortaleza por 2 a 1, com gols de Lucas Mugni e Pedro Henrique. Contudo, não foi apenas o placar que foi positivo para o Vovô, posto que, dentro de campo, o time de Porangabuçu enfrentou uma equipe de Série A pela primeira vez na temporada e mostrou nuances táticas positivas, que podem ser recorrentes na temporada.
Pelo lado Tricolor, o ataque não funcionou como vinha fazendo nos primeiros jogos da temporada. A defesa, em contraste com a do Ceará, também não conseguiu ser sólida durante a partida. A construção do que foi o resultado passou pelas escolhas nas escalações, os encaixes dentro das quatro linhas e o funcionamento dos plantéis dentro de campo. No duelo de xadrez, Condé venceu Vojvoda.
Com formações espelhadas em 4-2-3-1 ao apito inicial, o técnico do Vovô foi mais consciente na escolha dos encaixes dentro de campo. Observando as peças do Fortaleza, montou um ataque com Fernandinho – que teve inúmeras chances de marcar – pelo lado esquerdo, explorando o espaço dos avanços de Eros Mancuso, enquanto Pedro Henrique, mais combativo, enfrentava Pacheco pelo outro lado.
No meio, escolheu uma dupla mais forte na marcação, optando por Richardson e Fernando Sobral, que anularam a criação de jogadas do Tricolor, fazendo com que o Leão do Pici não conseguisse acionar o meia argentino Tomás Pochettino, que teve atuação esquecível. O camisa 9 Lucero não foi municiado e finalizou a gol apenas quando Marinho sofreu uma penalidade – convertida – na segunda etapa.
Lucas Mugni flutuava bem com a bola pelo Vovô e temporizava a altura da marcação alvinegra sem a posse. O meia foi importante também nas triangulações, especialmente pelo lado esquerdo, trabalhando com Matheus Bahia e Fernandinho.
Vojvoda não poupou, foi com força total. A dúvida principal, que rondava a linha defensiva tricolor, foi respondida com a escolha de Mancuso, Kuscevic, Brítez e Bruno Pacheco. Em especial, o argentino da lateral direita, querido pela torcida tricolor, não conseguiu ter desempenho esperado, em especial na primeira etapa, gerando muito espaço para o ataque do Ceará.
Nos primeiros minutos, o Fortaleza subia bem a marcação, conseguia retomar a posse com tranquilidade, mas via um Ceará bem postado, com coberturas em sintonia, feitas pelos volantes e com pontas que também se dedicaram para acompanhar as ultrapassagens de Pacheco e Mancuso. O Alvinegro jogava de forma inteligente e sabia aproveitar a lentidão da recomposição defensiva do adversário quando perdia a posse.
Condé percebeu que o time tinha condições de anular a força ofensiva do Fortaleza e minou os erros que o time poderia ter com bola. Evitou saídas de bola curta com os defensores, montou uma boa composição para defender bolas aéreas e fez uma defesa de meta povoada quando o Leão tentava cercar a área.
No primeiro tempo, o 2 a 0 alvinegro, com um gol de bola parada e outro no esforço de uma jogada que parecia perdida, saiu barato se visto a superioridade de chances criadas pelo Ceará. O Fortaleza sentiu o gol de falta de Lucas Mugni e demorou a retomar o foco, tanto que sofreu o tento de Pedro Henrique menos de 10 minutos depois.
Na segunda etapa, Vojvoda foi aventureiro e a saída de bola ficou desorganizada. Como ponto positivo, conseguiu aumentar a força pelo lado do campo, mas se manteve com dificuldade de criar finalizações. O Ceará, quando precisou, se fechou em linha de cinco na defesa e conseguiu frear a tentativa de reação do Fortaleza.