Se um torcedor do Fortaleza ouvisse que um dos problemas enfrentados pelo time neste início de temporada é a posição de centroavante, dificilmente acreditaria. Isso porque, em 2024, o camisa 9, Juan Martín Lucero, foi um dos principais destaques da equipe, especialmente no período em que o Leão chegou a liderar o torneio.
No entanto, após sofrer um edema muscular na coxa direita, o atacante viu sua boa fase desmoronar. O jejum de gols durou cinco meses e só chegou ao fim na vitória tricolor por 2 a 0 sobre o Moto Club-MA, na primeira rodada da temporada atual.
É verdade que, em 2025, Lucero já marcou quatro gols em sete jogos. Numericamente, o desempenho parece bom, mas, dentro de campo, ainda não convence. Há quem acredite que a falta de concorrência no elenco tem impacto direto nessa situação. Atualmente, além de Lucero, o único outro centroavante do elenco é Renato Kayzer, que, depois de ter despertado interesse de rivais no mercado da bola, não tem correspondido às expectativas tricolores.
O camisa 79 retornou ao Pici no ano passado, após uma saída polêmica em sua primeira passagem. No entanto, nesta nova oportunidade em terras cearenses, pouco conseguiu empolgar a torcida. Foram 39 partidas, a maioria saindo do banco de reservas, com apenas sete gols marcados e uma assistência. Na temporada atual, balançou as redes duas vezes, ambas na vitória sobre o Horizonte, pelo Campeonato Cearense.
Outra opção poderia ser Kauê Canela, destaque das categorias de base e apontado como uma promessa para o time principal. No entanto, o jovem foi emprestado ao Botafogo-PB, frustrando parte da torcida, que esperava vê-lo ganhar espaço no elenco, assim como ocorreu com Kervin Andrade e Kauan Rodrigues em 2024.
Essa expectativa aumentou quando o técnico Juan Pablo Vojvoda chamou Kauê, o meia Lucca Prior e o zagueiro Gustavo Mancha para integrar o grupo na pré-temporada realizada na Flórida, nos Estados Unidos. Naquele momento, os três ainda disputavam a Copa São Paulo de Futebol Junior, maior torneio sub-20 do Brasil, o que reforçou a ideia de que poderiam ter chances no elenco profissional. O que não ocorreu com o jovem atacante.
Diante desse cenário, a carência de um camisa 9 tem gerado inquietação na diretoria e na comissão técnica. A janela de transferências se encerra no dia 28 de fevereiro, e o Fortaleza segue atento ao mercado. Segundo apuração do Esportes O POVO, a diretoria monitora possíveis reforços para a posição, com prioridade para um nome que chegue para disputar titularidade com Lucero e Kayzer, e não apenas para compor elenco.
A maior probabilidade é que esse reforço venha do mercado internacional, já que o cenário brasileiro apresenta poucas opções de atacantes de referência — maior rival do Fortaleza, o Ceará, por exemplo, ainda não conseguiu suprir a própria carência de um homem de referência no elenco. Com pouco tempo restante para negociações, a cúpula do Pici trabalha para solucionar essa lacuna e garantir mais eficiência ao setor ofensivo na sequência da temporada.